28 de set. de 2010


Caindo
Caindo
Sem asas
Para voar
Caindo
Desesperado
Sem ter onde me agarrar
Grito sufocado
Na noite
Acordo em agonia
Soluçando
Cheio de felicidade
E medo
acabou

Nesse mundo
De ilusões superficiais
Cansado de ver tudo
Como tudo não é
Nesse mundo
De armadilhas
Desarmadas
Por tudo o que já vivi
Olhando
Esperando o amanhã

Cruzo
Os dedos
Das mãos
Dos pés
Rezo
Peço pra que Deus
Quiser
Espero
Não olho
Tenho medo
Ansioso
Certo
Cruzo os dedos
Faço figa
Espero

A vida se perdeu
Parou
O tempo secou
Os dias melhores
Sorrisos mortos
Jogados na vala fria
Do esquecimento
A vida parou
O amor morreu
Tudo de vez se perdeu

Respiro
O último ar
A última gota de vida
Não luto mais
A sobrevivência
Foge
Das minhas mãos suadas
Respiro o último
Arfar
De um ar sobrecarregado
A última tentativa
De uma sobrevivência
Já encerrada

Diante de ti
Não pisco
Para não perder
Nada de ti
Não pisco
Para gravar na mente
Cada fase do seu encanto
Cada segundo
Da beleza que é tua
Diante de ti
Perco-me
Nos sonhos
Que sonho por ti

Amar
Como sempre amei
Amar eternamente
Sem ter na mente
O fim
Amar
Como nunca amei
Amar loucamente
E ter na mente
Eternamente
O amor teu

Guardo comigo
O som
Do seu riso
Melodia como o vento
Sussurro
Sopro
Minhas incoerências
Guardo comigo
O som do seu riso
Até quando
Não sei
Quisera até o infinito
De mim

O que diz
Este teu sorriso
Confessa as verdades
Ou engana-me
Com mentiras que eu
Invento
O que diz
Este teu sorriso
Sonho de manhã
Vento da tarde
Fria noite
Ou apenas
Madrugada

Não sou quem
O espelho mostra
O reflexo está deformado
Não sou assim
Rosto cheio de marcas
Rosto sem sorriso
Cabelos embranquecidos
Olhos fundos
Sem brilho
Não sou quem
O espelho mostra
O reflexo de mim está
Deformado

Consigo ainda brincar
Consigo ainda
Inventar
Fazer do sonho
Bela fantasia
Fazer da vida
Algo que dê alegria
Ainda consigo
Exagerar
Em tudo o que imagino

Tua beleza
Vem sem esforço algum
Sem que faça nada
Beleza que fica
Beleza que marca
Tua beleza
Está em tudo
Em tudo o que diz
Em tudo o que faz
Em tudo
Beleza sem esforço

Te olho
Tua graça discreta
Como a lua
Nova escondida
Na escuridão da noite
Sombria
És bela
Natureza que te foi dada
Graça discreta
Beleza
Que jamais se esquece

Não vou mais gritar
Ninguém mais
Saberá o que penso
Morro por dentro
Na minha serenidade histérica
Sem emitir
Som algum
Não saberão mais
Qual dor
É minha dor
Não saberão mais
Nada de mim

26 de set. de 2010


Como o pão
Meu de cada dia
Sem reclamar
Sem espalhar
As migalhas
Como o pão
Meu de cada dia
O que sobra faço torrada
E como no dia seguinte


A tristeza tenta
Pegar-me
Tenta me mostrar
Por onde andei
O que fiz
Quem amei
Tenta me deixar
Na beira da saudade
Tenta me enlouquecer
E não consegue
Não conseguira
Não há espaço
Para tristeza em mim
Nunca haverá...

O tempo não para
Voa
Para os que estão vivos
Para os que logo serão
Esquecidos
O tempo rouba
Deixa marca
Apaga marcas
Isola
Consola
O tempo não para

Aprendi a não pensar
Demais
Pensar me paralisa
Paralisado
Não respiro
Não vivo
Não faço nada

Eu te vi
E te amei
Sem querer
Nada de você
O amor é assim
Brota como semente
Em solo fértil
És a semente
Teu sorriso
O vento
Meu coração
Solo fértil...

Amo todas as mulheres
Que há em minha
Mulher
Não pode ser diferente
Tentei
Quase enlouqueci
Querendo amar todas
Só uma consegui
São muito
Para mim
Eu pouco
Demais para elas...

Amo porque o amor
Me faz bem
Não consigo
Ter raiva
De ninguém...
O amor não deixa
Ocupa em mim
Todos os espaços
Vazios...
O Amor me faz amar
Sem aprisionar
Minha alma
Sem me fazer
Dele escravo...

Chorei tanto
Já não choro mais
As lágrimas
Em mim secaram
Hoje não choro mais...

Amei tanto
Hoje
Amo ainda mais
Diferente das lágrimas
Que secaram
O amor não seca em mim
Jamais...

23 de set. de 2010

ORGULHO DE VOCÊ*


Quanto tempo
Juntos
E eu
Cada dia mais
Sinto
Orgulho de você
Por ser quem é
Como é
Quanto tempo
E cada dia
Mais
Me encanto
Com sua beleza
Com sua paz
Com sua maneira
De ser
Quanto tempo
Juntos
E eu
Cada vez mais
Me orgulho
De você
Me orgulho
De nós
Cada dia mais
De tudo
Da nossa vida
De nós

ALGODÃO DOCE*

Vamos sair
Andar
De mãos
Dadas
Escrever nas árvores
Nosso nome
Nossa história
Vamos sair
Ficar no banco
Da praça
Contando as estrelas
Comendo
Algodão doce
Pipoca
Falando besteiras
Vamos sair
Andar à noite
Vamos brincar
Com nossos sonhos
Vamos dormir
Olhando o céu
Sentindo
Na boca o gosto do beijo
Vamos sair
Andar de mãos dadas
Viver
Livres
Vivendo apenas de nós

GATA*

Quero mais
É te ver
Ronronando
Me chamando
Me querendo
Me pedindo
Quero te ver
Miando
Gata
Roçando
Te esfregando
Quero mais
E sempre
Esse teu jeito
Manso
Tuas garras me arranhando
Rasgando
Minha roupa
Gata
Quero mais
Tudo
O que puder
Me dar
Tudo o que eu
Puder ter
Quero mais
Gata
Te quero

CAMINHOS DIFERENTES*

Nunca
Vou
Pelo mesmo
Caminho
Nunca
Quero
Sempre
As mesmas pedras
Quero
Novas imagens
Quero
Sempre
Caminhos diferentes
Quero sempre
Novas pedras
Novas montanhas
Quero sempre
Novos
Desafios
Nunca dou
Os mesmos passos
Nunca passo
Pelo mesmo caminho
Sempre
Quero novas estrelas
Novos caminhos
Caminhos diferentes
Novos rumos, novos destinos

TEMPO BOM*

Tempo
Bom
É o hoje
O ontem
Morreu
Sem deixar
Saudade
Tempo bom
É agora
Tempo
Vivo
Cheio de tudo
De vida
Tempo
Bom
É o que se vive
O amanhã
É sonho
Distante
Tempo bom
É hoje
É o tempo
Que acontece
De resto não importa
De resto
Nada conta
Tempo bom
É agora

BALANÇO DO MAR*

Quero
Nos teus braços
Balanço do mar
Quero esquecer
De tudo
Quero viajar
Nos embalos
Doce
Do teu mar
Preciso
Sempre fugir
Fugir
De mim
Desse lugar
Ir para
O fim do mundo
Ver de longe
As ondas
O balanço do mar
Quero
Não mais ter que
Fugir
Quero sempre
Que puder
Sentir
No teu corpo
O balanço do mar
Do teu mar

ÁGUA DE CHEIRO*

Te sinto
Chegar
Sinto no ar
Tua água de cheiro
Perfume
Doce natural
Da tua pele
Te sinto leve
Renovada
Depois
Do banho
Corpo
Envolto
Na doce água de cheiro
Natural
Perfume
Do teu corpo
Te quero
Sentir
Cada vez mais
Perto
E deixar
Nas roupas usadas
Um pouco de ti
Do teu corpo
Da tua água de cheiro
Natural
Do teu jeito de amar

DOCE PECADO*

Teu corpo
Doce pecado
Onde mato
Minha fome
De desejos incontrolados
Quando te tenho
Sempre
Teu corpo
Doce desejo
Sempre
Aberto
Às carícias
Do também
Carente corpo meu
Doce pecado
A saliva
Escorrendo
No canto da boca
Da tua boca
Tão minha
Teu corpo
Pequeno à luz
Do dia
Imenso quando
A luz se apaga
Doce veneno
Das minhas loucuras
Em ti todas acesas

AVELUDADA*

Aveludada pele
Que arrepia
Ao toque
No meio da noite
Contigo
Nunca fria
Aveludada pele
Que pega
Fogo
No incêndio
Dos nossos corpos
Sempre
Nus
Quando geme
Nos ouvidos
Madrugada
Aveludada pele
Que chama
Minha boca
No roçar
De peles
Da minha pele
Na tua
A tua pele na minha
Na eterna noite
Para sempre
Em nós
Aveludada pele

MORENA ROSA*

Morena rosa
De todos os meus
Dias
Das minhas manhãs
Minhas tardes
Noites
Madrugadas
Morena rosa
Que enfeita meu jardim
De encantos
Que seduz
Meus pensamentos
Rosa
Que sabe tudo
De mim
Morena rosa
Sem espinhos
Rosa
De beijos doces
Pétalas quentes
Morena Rosa
De ontem
De hoje
De sempre
Única
Entre tantas rosas
Do meu mesmo
Jardim

22 de set. de 2010

MORRER*

morrer
não quero
morrer
quero viver
quero
colocar
fogo em minha vida
incendiar
meus dias
morrer
não quero
ainda
espero
as certezas
de tudo
o que sempre
sonhei
morrer
me tiraria
tudo
do pouco
que tenho
ainda há sorrisos
que quero ver
ainda há
amores
que quero viver
morrer
tiraria
de mim
enfim
o direito
que tenho
de ser feliz
que a morte
espere um pouco mais
que não haja
mais em mim
dor alguma
morrer
não quero
quero viver
para ver os frutos
do meu hoje
no amanhã
de uma nova vida
quero ainda
ter
a alegria
transparente
consistente
forte
inabalável
morrer
ainda não
quero viver

INVENTO*

as vezes
quando
pareço
morto
dentro de mim
e vejo
a vida parada
como o ar
de um fim
de tarde
paro o que não faço
e invento
novas cores
novos tormentos
invento
uma dor
para me alegrar
para me sentir
vivo
auto sugestão
da minha mente
aturdida
pelo mesmo cinza
que sempre
vejo
às vezes
quando
pareço
morto estou morto
quando pareço
cansado
estou cansado
quando pareço
não querer
não quero
e a paz
tão desejada por mim
me incomoda
às vezes
quando pareço
querer tudo
igual
minha alma pede
algo diferente
não gosto
do silêncio
para sempre
não gosto
do vento que não venta
não gosto
da mesmice
das certezas
do amanhã

QUERO VIDA*

quero vida
quero voltar
a errar
errar
me fazia
tremer
na expectativa
do que ia
acontecer
ousar
me empolgava
me fazia
correr
sem direção
me fazia ir
quero
de novo adrenalina
quero
de novo
qualquer paixão
que esquente
meu sangue
nunca fui
brisa
sempre fui tormenta
sempre fui barulho
quero vida
quero sangue
fervendo
quero acordar
cedo
e não dormir
quero pintar
as paredes
do meu quarto
quero andar
como sempre andei
quero vida
voltar
a me sentir vivo
nunca fui passageiro
sempre
conduzi
a vida
minha vida
por onde eu queria
quero voltar
quero ousar
sem medo
de errar

PREVISÍVEL*

não quero mais
duvidar
falar de coisas
que não sinto
não quero
desdenhar
da fé que sinto
mesmo
quando parece
que não tenho fé
não quero mais
falar com Deus
ele sabe
tudo de mim
como penso
e como me sinto
e sabe de tudo
aquilo
que eu preciso
eu sei
não quero mais
duvidar
das dávidas
que tenho recebido
sou como
tantos mortais
quanto mais
se ganha
mais se quer ganhar
eu também sou
assim
insatisfeito
querendo
sempre algo mais
algo novo
algo que
aqueça
que mexa
algo que extremeça
não quero mais
duvidar
que tudo
é sim possível
nem deixar
de acreditar
às vezes
esmoreço
às vezes
apodreço por dentro
não quero mais
pensar
como sempre pensei
eu sei
que se Deus quiser
tudo pode mudar

MEUS SONHOS*

para
onde foram
todos
os meus sonhos
onde
estão
meus ideais
meus desejos
que sempre
me fizeram
seguir
parece que o tempo
diluiu
minha força
meu desejo
minha vontade
agora

quero
ficar deitado
no sofá
vendo
o tempo passar
por mim
para onde
foi
minha velha
força conhecida
meus dias
sempre
de luz
parece que entro
na pior das fases
do homem
onde tudo
está tudo bom
como está
onde estão meus gritos
de revolta
onde está
minha paixão
por tudo
o que eu fazia
para onde
foram meus sonhos
os sonhos
que me faziam
vivo
nem sonhar
sonho mais
durmo
no sofá
vendo as horas
passarem por mim
descrente
improdutivo
morto
arredio

FICO*

fico olhando
aqui
esses olhares
estranhos
esses olhos
que falam
a mesma língua
que eu
e que eu
não entendo nada
fico olhando
esses rostos
querendo
entender os seus
diversos porquês
e tentando
me colocar
num universo
que não é meu
e nunca será
estou
em outro lugar
perto
das nuvens
rastejando no
chão
fico olhando
os gestos
dessas pessoas
estranhas
querendo
entender
o porquê de serem
tão iguais
e tão diferentes
de mim
fico olhando
assim
o vazio
desses rostos
refletidos
no meu silêncio
quero
entender
o que pensam
e pensar no que pensam
ver flores
e sol
onde há sombra
e areia
fico olhando
aqui
essas pessoas estranhas

AMANHÃ*

amanhã eu penso
amanhã eu começo
amanhã eu falo
amanhã eu sinto
amanhã eu escrevo
amanhã eu termino
amanhã eu vivo
amanhã eu morro
amanhã eu decido
amanhã eu amanhã
amanhã eu hoje
amanhã eu depois de tudo
amanhã eu
amanhã