27 de fev. de 2012

NÃO SEI O QUE FAÇO

não sei
o que faço
se corro
se paro
se espero
se me mato
não sei
o que faço
se me descabelo
se choro
se relembro
cada instante
vivido
não sei
o que faço
se vou atrás
se espero
se fico
se volto
se me perco
de vez
em tudo o que sinto
não sei
mais nada
sobre nada
e já não sei
se quero saber
a vontade
é que a respiração
aos poucos
vá acabando
não sei mais
nada sobre mim
mais nada
sobre nada
tenho apenas
a dor
e meu calafrio

TEU SILÊNCIO

teu silêncio
vai aos poucos
matando
tudo em mim
e não mais
te acho
pelas ruas
por onde passo
e não te
encontro mais
nos passos
desesperados
e já não
sei mais
nada de ti
teu silêncio
ecoou
por um vento
que já não sopra mais
e agora
tá tudo sem sentido
e agora
vago pelas ruas escuras
e agora
o sol
deixou de brilhar
e o temporal
desabou
sobre mim
teu silêncio
minha dor

VOU ME ENTREGAR

já não estou
mais a fim
de viver
viver
para que
é tudo sem sentido
tudo uma grande
mentira
não se pode
ser o que se quer ser
não se pode
amar
o amor que se quer
já perdi
todas as razões
todos os motivos
tudo o que me dava
alegria
também
se perdeu
também me deixou
e agora
sinto
apenas
a vontade louca
de largar tudo
e ir embora
sinto apenas
a vontade louca
de fechar os olhos
e não mais acordar
viver
para que
se é tudo sem sentido
a vida
é uma grande mentira

19 de fev. de 2012

DESABAFO

vim escrever
um pouco
para tirar esse peso
em cima de mim
vim escrever
para me libertar
um pouco
dessa angústia
de não pode viver
escrevendo
minhas dores
amenizam
minha raiva
passa
me torno
menos humano
e mais sensível
fico
escrevendo
me desnudo
posso tirar minhas
máscaras
e meus disfarces
e dizer como me sinto
posso
entregar-me sem medo
algum
posso sonhar
qualquer sonho
amar qualquer amor
posso viver
a vida do jeito
que eu quiser
escrevendo
exorcizo
meus fantasmas
domo
meus medos
e grito
sem emitir
som algum
vim escrever um pouco
do que sinto
e justificar
o porque da minha ausência
às vezes
é preciso
parar com tudo
o que mais se ama
e buscar
um novo caminho
errado ou não
certo ou não
sei lá
viver me basta
não quero morrer
amanhã
sentindo a tristeza
de não ter feito
nada
que para mim
valesse verdadeiramente
à pena