8 de fev. de 2008

NÃO AGUENTO MAIS


sem ar
um ar novo
sem sorriso
sorriso novo
sem vida
minha velha vida
não aguento mais
esses sapatos apertados
minha barriga
tomando conta do meu corpo
a barba
deixando meu rosto surrado
a gilete cortando
me arranhando
sem ar
sem nada
não aguento mais
os vizinhos gemendo
seus amores
cantando desesperados
suas canções
sem ar novo
sem vida
somente a minha velha
esse barulho
de gente vivendo
enquanto amo
enquanto morro
não aguento mais
quero vida
quero morrer em paz

2 comentários:

  1. Nossa, que marasmo!
    A poesia retrata bem essa sensação horrível da mesmice, da rotina...
    Gostei!

    ResponderExcluir
  2. Nossa, que marasmo!
    A poesia retrata bem essa sensação horrível da mesmice, da rotina...
    Gostei!

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