26 de abr. de 2008

ESCUTO


escuto as crianças
jogando bola
não tenho coragem
para abrir
a cortina
o sol me cega
escuto a água
correndo do rio
das cachoeiras
que só existem em mim
escuto a realidade
invento o que quero ouvir
escuto
o vazio
que se faz
depois que as crianças
param de jogar
imagino
a cascata seca
as janelas abertas
e o sol em mim

Um comentário:

  1. Você mostrou o quanto é maravilhosa a imaginação nessa poesia.
    O poeta, mesmo fechado no seu mundo, se deixa sentir e ouvir cada detalhe do mundo lá fora.
    Ao mesmo tempo cria seu próprio silêncio.
    Você brinca com o poder da inspiração e da imaginação.
    É linda, sem dúvida um belo trabalho!

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