de andar no escuro
de beber
minha saliva
de comer
minhas memórias
abro meus olhos
não vejo nada
depois de tudo
que passei
depois de me alimentar
de mim
depois de tudo
de seguir
por caminhos tortuosos
de encontrar
com anjos
e ver de perto
os demônios
abro os olhos
e não vejo
ainda a claridade
vejo apenas
as nuvens
de chuva
molhando
as raízes que ficaram
depois de tudo
de tudo o que passei
aprendi
que não posso fechar
os olhos
e não abri-los
mais
é perigoso, é ruim demais
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