18 de ago. de 2010

FANTOCHE*

fui
fantoche
do destino
fui
até
onde podia ir
aguentei
o que eu podia
ter aguentado
vivo
intenso
calado
fui
fantoche
do tempo
deixei
ele fazer
o que quisesse
de mim
deixei
que ele marcasse
meu corpo
deixei
que ele roubasse
o que me deu
criança
obediente
não questionei
fiz
o que me foi mandado
fazer
cheguei
onde não queria chegar
decidi
então viver
cortar
as cordas
do destino
cortar de vez
o cordão umbilical
com a vida
que não era minha
não sou mais fantoche
nem boneco do destino

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