"O
velho amor mudou... Mudou de cara, de humor... Não gosta mais daquele
romantismo. Gosta de tapa na bunda, de palavrão. O amor não gosta mais
de poesia, não gosta mais de andar de mãos dadas, nem de fugir numa
tarde de tudo só pra ficar juntinho. Amor mudou. O velho amor gostoso já
não é o mesmo. É limitado, promíscuo, xulo, vulgar. Não compartilha,
não compactua, não se humilha. O amor, aquele velho
amor de sábado a tarde deitado juntos pelo prazer da cia, deixou de
existir. É agora arrogante, cruel, prepotente, orgulhoso, rancoroso,
morto.
O velho amor mudou e assim, quantos poeta sucumbiram na mesma
dor. Eu confesso que tentei amar esse novo velho amor e chorei de dor. O
velho amor em mim ainda é o mesmo e sempre será. Sou romântico, poeta,
adoro as madrugadas, as palavras de amor na hora de amar, adoro o cheiro
das rosas e seus espinhos, adoro as declarações rasgadas,os gritos, a
saudade, os milhões de mensagens, ois inesperados, surpresas, café da
manhã no parque Ibirapuera. Nomes eternizados no tronco de uma árvore.
Só sei amar assim. Amor altruísta, amor gostoso. Amor."
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