29 de mar. de 2014

FEL

queria crer
que era mel
era
fel que escorria
da tua boca
palavras que ainda
ecoam
pelos ventos
que não sopram mais nenhuma
angústia
quis crer
tu eras
a luz
eras
a escuridão
aflita e
com sede
maldosa
sorrateira
libidinosa
era serpente
que se movia
entre as folhas
do meu jardim
quis crer
que tudo
era verdade
e mentiras
escorriam
pelos olhos
cheio de lágrimas
sem gosto
era absurdamente
escancarada
e fétida
quis crer
no que não via
mulher
que não existia
cobra
serpente
era tudo
menos gente



Nenhum comentário:

Postar um comentário