19 de dez. de 2014

CHUVA DE POESIA

derrepente
sobre mim
uma chuva densa
de poesia
ou de poetas
derrepente
este país de merda
surge como o país
de tantos talentos
de tantos escritores
de tantos poetas
querem todos a mesma luz
querem todos os mesmos holofotes
querem todos
a mesma sorte
a fama
das escritas
derrepente
aquele briga insana
de egos
todos estrelas
de um mesmo céu
eu não leio
nem opino
nem canto minhas glórias
nem meus fracassos
derrepente
sobre mim
todos os amores
traduzidos em versos
tantas histórias
de sucesso
e eu
remando contra a mare
desse rio
sem peixes
à deriva de mim mesmo
derrepente
pilhas e pilhas
e montes
de livros
poetas
e poesia
e eu derrepente
sobre mim

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