2 de jan. de 2015

NÃO ME OLHE

não me olhe
com estes teus olhos
de serpente
não
me chame
com estes teus
lábios
de mel
por que ainda
insiste
em mim
por que ainda
fica assim
faceira
cheia
de veneno
teu corpo
é veneno
não me olhe
não me queira
me deixe
ficar onde estou
em meus moinhos
meus redemoinhos
solitários
não
me chame
não quero escutar
tua voz
no vento
nem me olhar
no espelho
e ver tuas sombra
me deixe
quero ficar aqui
sentado no meu tempo
vento teu tempo passar

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