20 de jul. de 2015

EU VERSUS EU


Eu não conheço a vida secreta dos poetas de antigamente, mas posso dizer pelo que li, que veneravam as mulheres. Bukoswki escreveu mulheres. Foi casado, mas a vida presa a uma só mulher, não lhe cabia. Vinícius de Moraes casou-se inúmeras vezes e também bebia horrores. Ouvi dizer também, que Drummond tinha uma amante de anos. Pois é, eles eram amantes de suas loucas mulheres. Confesso que é complicado escrever inverdades sem viver e sentir. A escrita precisa de verdades. Precisa de dor, de amor, de sentimentos. O poeta precisa sentir isso. Essa é sua natureza e ela se completa na complexidade deste ser, chamado mulher... O poeta ama todas as mulheres que podem dar a ele qualquer verso e qualquer sensação de eternidade. O poeta ama as mulheres, como se fossem rosas de um jardim. Alimenta-se delas, da beleza, do perfume e da imaginação latente de amá-las e torná-las únicas. Para o poeta, todas suas mulheres são únicas. São poesias escritas com verdades de sentimentos. Ele vive essa utopia, esse delírio de amor. Ele consegue se despedaçar para fazer uma mulher, sua musa de instantes. Nenhuma mulher, para um poeta, é eterna. Ela é a poesia que se escreverá em folhas e folhas em branco. O poeta deseja o corpo da mulher como papel. Deseja escrever nelas, suas poesias. É louco, doce, apaixonado, amante, mas incapaz de versejar apenas para uma mulher. Ele precisa das fragrâncias de perfumes diferentes. Precisa de bocas e beijos. Abraços e carinhos, mesmo que isso seja ficção. Apenas um ato da criação divina que é a arte. O poeta não é um canalha. Canalhas não têm compaixão. Mulheres são apenas vítimas. Para o poeta, mulheres são a razão. Não se apaixone por um poeta. Goste apenas de seus versos e suas poesias. Ele deseja apenas eternizá-la. Ele deseja apenas versejar... Não o ame. Ame suas obras e saiba que ali, tem muito de você. Do amor verdadeiro que só a alma de um poeta pode sentir... Eu sou poeta e parte de mim é homem de instintos. Há sempre em mim a eterna briga de me separar... Há em mim conflitos incomensuráveis. Desejos enormes de viver entre a verdade e o sonho... Perco-me, às vezes e me acho e por quantas vezes me deixo levar pela ficção do poeta e entendo que tais sentimentos não me pertencem. Que o homem ama uma só mulher. O homem é mortal, falível, trabalha, vive a realidade. Ah eu poeta, faço da poesia meu lençol.
Ah eu homem, faço da vida um quadro...
Eu versus eu.
Somos dois em um.
Se entender poesia, saberá diferenciar minhas verdades. Uma coisa eu digo, o homem não é tão doce e intenso como o poeta e o poeta não entende nada da realidade da vida...

‪#‎doisdemim‬

- Eduardus Poetry

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