madrugada
como antes
deixa-me
escrever
em teu ventre
minhas poesias
deixa-me
madrugada
adormecer em teus fartos seios
ama-me
sem pressa
e devolve
o que o tempo
tirou de mim
faz-me teu
amante
mais voraz
teu súdito
ama-me
no silêncio das palavras mortas
e deixa
que o amanhecer
e o dia
sejam de momento
meu sepulcro
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