28 de out. de 2017

MADRUGADA

ama-me
madrugada
como antes

deixa-me
escrever
em teu ventre
minhas poesias

deixa-me
madrugada
adormecer em teus fartos seios

ama-me
sem pressa
e devolve
o que o tempo
tirou de mim

faz-me teu
amante
mais voraz

teu súdito
ama-me
no silêncio das palavras mortas
e deixa
que o amanhecer
e o dia
sejam de momento
meu sepulcro



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