11 de out. de 2017

POÉTICAS

noites e mulheres
sempre exerceram sobre mim,
um profundo e amplo fascínio. O lado poeta
sempre aflorava e as poesias
fluíam por um rio de fortes correntezas... Dois seres misteriosos
e complexos... Profundos e sedutores...
A noite com o poder de hipnotizar, de acalmar, embriagar e abraçar
meus sonhos e desejos.
A mulher
com seus sentidos aflorados,
sua malícia, seus beijos lascivos, sua maldade,
seu perfume, seus pecados,
sempre fizeram de mim,
escravo.
Drogas
que eu precisava para escrever.
Iludido
e alucinado queria
que elas me dessem tudo
o que a realidade tirava de mim.
Mergulhava
nestas águas, convicto de que, por saber nadar,
não me afogaria.
Então,
o tempo foi passando
e o que me encantava. começou
a me causar desconforto,
medo e insegurança.
Elas passaram a ficar frias e já
não exerciam
o mesmo domínio e fascínio sobre
meus pensamentos.
As poesias
foram ficando escassas. O que era belo
se modificou...
As águas mornas
e reconfortantes me colocaram
a deriva.
Comecei
a me afogar nas águas
que eu conhecia...
Então vesti a triste armadura da realidade.
A noite
perdeu sua magia
e a mulher perdeu seu encanto
ou eu apenas,
depois de tanto tempo,
deixei que toda essa ilusão
não me cegasse mais.
Tratei
de colocar tudo em seu devido lugar.
As
noites
lá fora do meu mundo
e as mulheres
como poesias
que outros poetas iludidos,
iriam
continuar a escrevê-las...

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