como
poderia
me calar
diante
de tamanha beleza
o nascer
do sol
não é nada
a grandeza do
mar
diante vós
se cala
as rosas murcham
o tempo para
como poderia
eu
deixar passar
tamanho esplendor
fiquei
ali
parado olhando
querendo
saber
se é real ou sonho
hipnotizado
fiquei
ali sem palavras
qualquer coisa
ficaria no vácuo
porque depois de vós
toda beleza ficou perdida
em vós
a grandeza
de toda a inspiração divina
5 de jan. de 2018
4 de jan. de 2018
DESARMADO
vou
para tua guerra
desarmado
sem escudo
sem espada
vou
apenas como sempre fui
de alma
vou beber
teu silêncio
ficar nos becos
estarei
entre os esquecidos
entre os nomes
que já não profere mais
vou
para tua guerra
nu
sem minhas asas
sem minha bússula
sem meus papéis
eu
por mim
crendo
no que sinto e deixando
nas trincheiras
do teu coração
os estilhaços do meu amor
para tua guerra
desarmado
sem escudo
sem espada
vou
apenas como sempre fui
de alma
vou beber
teu silêncio
ficar nos becos
estarei
entre os esquecidos
entre os nomes
que já não profere mais
vou
para tua guerra
nu
sem minhas asas
sem minha bússula
sem meus papéis
eu
por mim
crendo
no que sinto e deixando
nas trincheiras
do teu coração
os estilhaços do meu amor
TE AMAR
te amo
demais
pra te amar
não saberia
estar
em ti
não saberia
tocar
teu corpo
acho
que perderia
o doce encanto
roçar
a pele
beijar a boca
lamber os seios
tocar as coxas
não saberia
te amar
em minha cama
meu querer
está além disso
não é desejo
é apenas amor
e te amando
não saberia
te amar
UM POUCO DE TI
não quero
nada de ti
nada
que não posso
me dar
um pouco
do teu sorriso
um instante
de tua paz
eu não
quero teu amor
nem ficar
entre as artérias
de teu coração
quero ficar
ali num canto
escondido
e sentir
teu pulsar
tua respiração
e teu perfume
não quero nada
que não posso me dar
teus olhos
e um pouco
deste teu olhar
nada de ti
nada
que não posso
me dar
um pouco
do teu sorriso
um instante
de tua paz
eu não
quero teu amor
nem ficar
entre as artérias
de teu coração
quero ficar
ali num canto
escondido
e sentir
teu pulsar
tua respiração
e teu perfume
não quero nada
que não posso me dar
teus olhos
e um pouco
deste teu olhar
EU TE AMEI
eu te
amei
meio sem querer
encontrei
teu amor
sorrindo em minhas
esquinas
vestido
de um azul
cheio de soberba
estendi
meu chapéu
e pedi
suas migalhas
eu te
amei ao acaso
sem destino
sem hora marcada
ali
nos avessos
de tantos nós
entre gritos
e silêncio
um amor todo meu
como sempre
agora
entre as tuas ruínas
e meu passado
amei
meio sem querer
encontrei
teu amor
sorrindo em minhas
esquinas
vestido
de um azul
cheio de soberba
estendi
meu chapéu
e pedi
suas migalhas
eu te
amei ao acaso
sem destino
sem hora marcada
ali
nos avessos
de tantos nós
entre gritos
e silêncio
um amor todo meu
como sempre
agora
entre as tuas ruínas
e meu passado
QUERO TEU AMOR
eu não quero
as flores
do teu jardim
quero
o amor
que existe
em teu peito
quero tuas
histórias
em minhas noites
quero
tuas aventuras
e tuas memórias
eu não quero
apenas
passar
quero ficar nos dias
que passarão
quero
ficar nas canções
que canta
e nos passos
que deixa para trás
quero estar
no passado
e no presente
presente
não quero as flores
do teu jardim
quero o amor
que arde em teu peito
as flores
do teu jardim
quero
o amor
que existe
em teu peito
quero tuas
histórias
em minhas noites
quero
tuas aventuras
e tuas memórias
eu não quero
apenas
passar
quero ficar nos dias
que passarão
quero
ficar nas canções
que canta
e nos passos
que deixa para trás
quero estar
no passado
e no presente
presente
não quero as flores
do teu jardim
quero o amor
que arde em teu peito
POR ONDE ANDEI
por onde
andei
deixei
sempre
um pouco de mim
meus versos
sem rima
alguns papéis
com poesia
deixei amor
cicatrizes
lembranças
deixei
cigarros acessos
e copos sujos
de saudades
por onde andei
amei
mais que que fui amado
dei sorrisos
dei abraços
fiz da noite
serenata
e dos dias sem nada
carnaval
fiz festa
fiz folia
e parti
sem nada na mochila
andei
deixei
sempre
um pouco de mim
meus versos
sem rima
alguns papéis
com poesia
deixei amor
cicatrizes
lembranças
deixei
cigarros acessos
e copos sujos
de saudades
por onde andei
amei
mais que que fui amado
dei sorrisos
dei abraços
fiz da noite
serenata
e dos dias sem nada
carnaval
fiz festa
fiz folia
e parti
sem nada na mochila
DORES CALADAS
carrego
dores
caladas
dores
que consegui
ao longo
de minhas estradas
dores
que me mostram
por onde
andei
e quem amei
e quem me amou
carrego
dores
que não são minhas
dores
de tudo
das flores mortas
dos sorrisos esquecidos
e das cartas
que nunca foram escritas
carrego
dores
de silêncio
noites
minhas dores
ardem
meus poros dilatam
e só
fico
entre o que penso
e o que sinto
dores
caladas
dores
que consegui
ao longo
de minhas estradas
dores
que me mostram
por onde
andei
e quem amei
e quem me amou
carrego
dores
que não são minhas
dores
de tudo
das flores mortas
dos sorrisos esquecidos
e das cartas
que nunca foram escritas
carrego
dores
de silêncio
noites
minhas dores
ardem
meus poros dilatam
e só
fico
entre o que penso
e o que sinto
FICA EM MIM
da-me
teu colo
antes
que não
nos reste mais nada
devolve
a paz
do meu sorriso
deixe-me
ficar
com tuas boas
lembranças
abraça-me
e deixa
teu cheiro
em minha pele
arranha-me
deixe
cicatrizes
beija-me
e deixa para
a sensação
da tua boca na minha
teu colo
antes
que não
nos reste mais nada
devolve
a paz
do meu sorriso
deixe-me
ficar
com tuas boas
lembranças
abraça-me
e deixa
teu cheiro
em minha pele
arranha-me
deixe
cicatrizes
beija-me
e deixa para
a sensação
da tua boca na minha
POESIA EM BRANCO
sempre
gostei
de estar
entre as sombras
da noite
sempre
gostei
de perambular
oculto
antes de sentar
e ver o nascer
de um novo dia
sempre
gostei
da poesia crua
e sem ensaio
sem rima
transparente
sem medos
e angustias
sempre
fui
pelas manhãs
até que não houvesse vivo
nada do meu ontem
antes mesmo
do sol
tomar conta de mim
poesia em branco
gostei
de estar
entre as sombras
da noite
sempre
gostei
de perambular
oculto
antes de sentar
e ver o nascer
de um novo dia
sempre
gostei
da poesia crua
e sem ensaio
sem rima
transparente
sem medos
e angustias
sempre
fui
pelas manhãs
até que não houvesse vivo
nada do meu ontem
antes mesmo
do sol
tomar conta de mim
poesia em branco
3 de jan. de 2018
LILÁS
teu amor
é lilás
como todo
amor
é sem cor
teus modos
perversos
teu ego
teu jeito cego
és tua
e de mas
ninguém
olhos fechados
boca
lábios
língua feroz
saliva ácida
teu amor
é vagabundo
como todo amor
lilás
ou sem cor alguma
dos iludidos
dos esquecidos
e dos que vão
por ai
sem rumo
é lilás
como todo
amor
é sem cor
teus modos
perversos
teu ego
teu jeito cego
és tua
e de mas
ninguém
olhos fechados
boca
lábios
língua feroz
saliva ácida
teu amor
é vagabundo
como todo amor
lilás
ou sem cor alguma
dos iludidos
dos esquecidos
e dos que vão
por ai
sem rumo
QUERO SILÊNCIO EM MIM
quero
o silêncio
dos girassóis
quero
ficar
recluso
longe
de mim
longe de tudo
quero
que não me
vejam
que não me achem
quero
ficar
entre as sombras
de todas as noites
quero
manhãs
raios do sol
e também
cheiro de chuva
quero beijos
das mulheres
estranhas
e do amor
quero
todas as cicatrizes
o silêncio
dos girassóis
quero
ficar
recluso
longe
de mim
longe de tudo
quero
que não me
vejam
que não me achem
quero
ficar
entre as sombras
de todas as noites
quero
manhãs
raios do sol
e também
cheiro de chuva
quero beijos
das mulheres
estranhas
e do amor
quero
todas as cicatrizes
EU NÃO SABIA
eu não sabia
o que era
amor
e amei
amei
de um jeito
todo meu
desconcertado
meio
tímido
sem jeito
eu não sabia
o que era
desejo
e me entreguei
aos teus laços
e as tuas esporas
não sabia
caminhar
e andei
por tuas estradas
perdido
sem saber
quase nada
deixei
que tudo ficasse em mim
eu não sabia
nada
e hoje
não sei mais nada ainda
o que era
amor
e amei
amei
de um jeito
todo meu
desconcertado
meio
tímido
sem jeito
eu não sabia
o que era
desejo
e me entreguei
aos teus laços
e as tuas esporas
não sabia
caminhar
e andei
por tuas estradas
perdido
sem saber
quase nada
deixei
que tudo ficasse em mim
eu não sabia
nada
e hoje
não sei mais nada ainda
ANDARILHO
rouba-me
a voz
e os sentidos
deixa-me
parado
no tempo que não passa
faz de mim
andarilho
busco
o que em mim
já foi perdido
já não tenho
mais nada
apenas
a noite
como morada
e o perfume
das rosas
arrancadas
do jardim
rouba-me versos
e poesias
faz de mim
acaso
andarilho
a voz
e os sentidos
deixa-me
parado
no tempo que não passa
faz de mim
andarilho
busco
o que em mim
já foi perdido
já não tenho
mais nada
apenas
a noite
como morada
e o perfume
das rosas
arrancadas
do jardim
rouba-me versos
e poesias
faz de mim
acaso
andarilho
ASSIM SE FAZ POESIA
assim
se faz poesia
do silêncio
de todos
do além olhos
do fragmentos do amor
assim
se faz poesia
dos instantes
que não passam
das bocas
que não se calam
e das bocas
que ainda
não se beijaram
assim
entre tantos
olhares perdidos
por esses tantos bancos vazios
se faz poesia
da loucura
do querer
e desse sentir
tão sem sentido
poesia
se faz poesia
do silêncio
de todos
do além olhos
do fragmentos do amor
assim
se faz poesia
dos instantes
que não passam
das bocas
que não se calam
e das bocas
que ainda
não se beijaram
assim
entre tantos
olhares perdidos
por esses tantos bancos vazios
se faz poesia
da loucura
do querer
e desse sentir
tão sem sentido
poesia
INSANIDADE
teu amor
me prendeu
me amarrou
me escravizou
teu amor
me deixou viciado
me deu asas
lançou minha alma
para fora do meu corpo
teu amor
me fez poesia
preencheu lacunas
abrandou o silêncio
calou minha imensidão
teu amor
criou raizes
virou vendaval
fez de mim criança
bagunçou
revirou-me do avesso
de poeta
virei poesia
e teu amor
em mim
a mais pura insanidade
me prendeu
me amarrou
me escravizou
teu amor
me deixou viciado
me deu asas
lançou minha alma
para fora do meu corpo
teu amor
me fez poesia
preencheu lacunas
abrandou o silêncio
calou minha imensidão
teu amor
criou raizes
virou vendaval
fez de mim criança
bagunçou
revirou-me do avesso
de poeta
virei poesia
e teu amor
em mim
a mais pura insanidade
ROSAS
ainda
haverá risos
e um pouco
de um tudo nós
haverá
memórias
dos tempos
que deixamos de viver
haverá
noites de sol
poesias
nas esquinas
soluços
e lágrimas secas
e espinhos retorcidos
ainda
depois
do amanhã
ventos irão soprar
haverá
o cheiro doce das rosas
e as cinzas
de nosso amor egoísta
haverá risos
e um pouco
de um tudo nós
haverá
memórias
dos tempos
que deixamos de viver
haverá
noites de sol
poesias
nas esquinas
soluços
e lágrimas secas
e espinhos retorcidos
ainda
depois
do amanhã
ventos irão soprar
haverá
o cheiro doce das rosas
e as cinzas
de nosso amor egoísta
DÁ-ME
fica
em mim
deixa
tudo
teu em mim
dá-me
teus beijos
cheios de saliva
dá-me
teus risos
e tuas melancolias
dá-me
o corpo
tuas chances
tuas horas
tuas necessidades
o gosto
dá-me
o gozo
o orgasmo
teu nascer do sol
e tuas luas
dá-me
tua alma
e fica em mim
em mim
deixa
tudo
teu em mim
dá-me
teus beijos
cheios de saliva
dá-me
teus risos
e tuas melancolias
dá-me
o corpo
tuas chances
tuas horas
tuas necessidades
o gosto
dá-me
o gozo
o orgasmo
teu nascer do sol
e tuas luas
dá-me
tua alma
e fica em mim
COMIGO
quero
mais
tempo a sós
comigo
eu
e meu eu
sem silêncio
e sem vozes
sem cruzes
e sem culpas
sem dedos
e melindres
quero
mais eu comigo
sem espelhos
e sem retratos
sem procurar
sem encontrar
quero
mais
tudo de mim
o que ninguém sabe
quem ninguém conhece
apenas
eu
só comigo
mais
tempo a sós
comigo
eu
e meu eu
sem silêncio
e sem vozes
sem cruzes
e sem culpas
sem dedos
e melindres
quero
mais eu comigo
sem espelhos
e sem retratos
sem procurar
sem encontrar
quero
mais
tudo de mim
o que ninguém sabe
quem ninguém conhece
apenas
eu
só comigo
GOSTO-TE
gosto-te
nua
madrugada
gosto-te
das tuas indecências
e tuas
sandices
gosto-te
da boca molhada
do corpo encharcado de suor
gosto-te
viva
em meus sonhos
nos detalhes
que te fazem minha apenas
gosto-te
das tuas indelicadezas
das tuas
imperfeições
e dos pecados
gosto-te nua
em minha cama
de impossibilidades
gosto-te
nas manhãs
e no tempo todo
que nunca passa
nua
madrugada
gosto-te
das tuas indecências
e tuas
sandices
gosto-te
da boca molhada
do corpo encharcado de suor
gosto-te
viva
em meus sonhos
nos detalhes
que te fazem minha apenas
gosto-te
das tuas indelicadezas
das tuas
imperfeições
e dos pecados
gosto-te nua
em minha cama
de impossibilidades
gosto-te
nas manhãs
e no tempo todo
que nunca passa
2 de jan. de 2018
FICA
fica
no meu abraço
em meus braços
fica
no meu vazio
nas batidas
secas
do meu coração
fica
na minha sombra
na minha noite
na minha insônia
fica
na minha vida
nos meus sentidos
e em todos os meus sonhos
fica
no doce e no amargo
fica
no barulho
e no silêncio
fica
ainda que não reste
mais nada
apenas
nossos nós
e nossos laços
no meu abraço
em meus braços
fica
no meu vazio
nas batidas
secas
do meu coração
fica
na minha sombra
na minha noite
na minha insônia
fica
na minha vida
nos meus sentidos
e em todos os meus sonhos
fica
no doce e no amargo
fica
no barulho
e no silêncio
fica
ainda que não reste
mais nada
apenas
nossos nós
e nossos laços
PARTIDA
deixou
o silêncio
no quarto agora vazio
deixou
o cigarro
acesso
deixou
as velhas dores
a mesma angústia
deixou
a cama bagunçada
e meu corpo
vazio
trouxe
de volta a solidão
e o silêncio
deixou
o cigarro
acesso
e a mesma
história
e a mesma sensação
a mesma
partida
o silêncio
no quarto agora vazio
deixou
o cigarro
acesso
deixou
as velhas dores
a mesma angústia
deixou
a cama bagunçada
e meu corpo
vazio
trouxe
de volta a solidão
e o silêncio
deixou
o cigarro
acesso
e a mesma
história
e a mesma sensação
a mesma
partida
ENCONTROS
que os olhares
perdidos
se encontrem
e que os corpos
vazios
se abracem
que haja
mais encontros
que as bocas
sejam caladas
nos beijos
que se faça amor
que se faça amar
que os medos
se quebrem
que as portas
se abram
que haja
cada vez menos
espaços vazios
deixem
os amantes
envoltos
no amor que sente
e se não for amor
ainda
assim
será amor
perdidos
se encontrem
e que os corpos
vazios
se abracem
que haja
mais encontros
que as bocas
sejam caladas
nos beijos
que se faça amor
que se faça amar
que os medos
se quebrem
que as portas
se abram
que haja
cada vez menos
espaços vazios
deixem
os amantes
envoltos
no amor que sente
e se não for amor
ainda
assim
será amor
PARA TODOS OS VAZIOS
flores
para os vasos
vazios
encanto
para os corações
quebrados
amor
para todas as almas
perdidas
solitárias
sol
para dias
de chuva
lua
para as noites
de neblina
poesias
para os cadernos
em branco
paixões
para as tardes
tediosas
e os corpos
para as camas vazias
e que os gritos
quebrem
o silêncio da noite
para os vasos
vazios
encanto
para os corações
quebrados
amor
para todas as almas
perdidas
solitárias
sol
para dias
de chuva
lua
para as noites
de neblina
poesias
para os cadernos
em branco
paixões
para as tardes
tediosas
e os corpos
para as camas vazias
e que os gritos
quebrem
o silêncio da noite
QUERÊNCIA
quero
aquele sol
de todos os dias
quero
aquelas velhas
certeza
e a mesma esperança
quero
meu caderno
cheio de versos
e meu coração
cheio daquele velho amor
quero cheiro de café
e o corpo
cheio de abraços
quero
as paixões
que aquecem meu dia
quero livros novos
na estante
quero novas estradas
novos caminhos
e todos os porques
sem respostas
quero respostas
e todos os gritos
e ecos
quero noites
e manhãs
e que todo dia
o sol entre pela minha vida
aquele sol
de todos os dias
quero
aquelas velhas
certeza
e a mesma esperança
quero
meu caderno
cheio de versos
e meu coração
cheio daquele velho amor
quero cheiro de café
e o corpo
cheio de abraços
quero
as paixões
que aquecem meu dia
quero livros novos
na estante
quero novas estradas
novos caminhos
e todos os porques
sem respostas
quero respostas
e todos os gritos
e ecos
quero noites
e manhãs
e que todo dia
o sol entre pela minha vida
ILUSÕES
eu
me alimentava
dos teus desejos
acreditava
que um dia
tudo
seria
eterno
eu
tinhas
viva tuas sensações
e o gosto
do teu gozo
em minha boca
eu bebia
em teus cálices
e vestia
de teus sonhos
e te queria
cada vez mais mulher
mais minha
mais loiuca
mais sempre
eu me alimentava
das tuas
ilusões
das tuas madrugadas
e dos teus porres
acreditava
que sempre
ficaria
tuas chamas em mim
e depois
de tudo
nos dias sem sol
ficava em mim
teu silêncio
de tudo
me alimentava
dos teus desejos
acreditava
que um dia
tudo
seria
eterno
eu
tinhas
viva tuas sensações
e o gosto
do teu gozo
em minha boca
eu bebia
em teus cálices
e vestia
de teus sonhos
e te queria
cada vez mais mulher
mais minha
mais loiuca
mais sempre
eu me alimentava
das tuas
ilusões
das tuas madrugadas
e dos teus porres
acreditava
que sempre
ficaria
tuas chamas em mim
e depois
de tudo
nos dias sem sol
ficava em mim
teu silêncio
de tudo
PARTIDAS
a porta
estará
sempre
aberta para tuas partidas
ficarei
da janela
ouvindo
a distância
dos teus passos
estarei
ansioso
todas as noites
a tua espera
ficarei
na janela
até que em mim
a certeza
de sua renúncia
se faça
ainda
assim
a porta
estará aberta
para suas partidas
e chegadas
e em mim
a velha
esperança
que fique
até que de nós
não reste mais nada
estará
sempre
aberta para tuas partidas
ficarei
da janela
ouvindo
a distância
dos teus passos
estarei
ansioso
todas as noites
a tua espera
ficarei
na janela
até que em mim
a certeza
de sua renúncia
se faça
ainda
assim
a porta
estará aberta
para suas partidas
e chegadas
e em mim
a velha
esperança
que fique
até que de nós
não reste mais nada
DESEJO-TE
não
tenho culpa
de te querer
assim
toda nua
que mal
tem
em te querer
assim
condena-me
então
a solidão
de tantos dias
sem ti
deixa-me
no deserto
para que meus desejos
enfim
pereçam
não
tenho
saída
sei que condenado
estou
saiba
apenas
que te quero
como tantos
que te querem
deixa-me
então
com minhas lágrimas
e meus desejos
um dia
eles serão
apenas tuas lembranças
e para mim
a morte
tenho culpa
de te querer
assim
toda nua
que mal
tem
em te querer
assim
condena-me
então
a solidão
de tantos dias
sem ti
deixa-me
no deserto
para que meus desejos
enfim
pereçam
não
tenho
saída
sei que condenado
estou
saiba
apenas
que te quero
como tantos
que te querem
deixa-me
então
com minhas lágrimas
e meus desejos
um dia
eles serão
apenas tuas lembranças
e para mim
a morte
ESTÁ TUA BOCA
esta tua
boca
tão minha
este teu batom
agora
na minha boca
estes teus
tantos
desejos
quero-te assim
amada
amante
envolta
nua em lençóis
cheia
daquele amor
que é só teu
esta tua
nuca
tuas costas
este teu ventre
este teus seios
ah minha amada
quero-te em mim
quero-te saciar
os desejos
e me deixar
morto em teus lençóis
boca
tão minha
este teu batom
agora
na minha boca
estes teus
tantos
desejos
quero-te assim
amada
amante
envolta
nua em lençóis
cheia
daquele amor
que é só teu
esta tua
nuca
tuas costas
este teu ventre
este teus seios
ah minha amada
quero-te em mim
quero-te saciar
os desejos
e me deixar
morto em teus lençóis
SEDE
ainda
tenho
sede da tua boca
tenho
sede dos teus beijos
de mel
tenho sede
das tuas coxas carnudas
e dos teus
seios fartos
ainda
tenho sede
de tuas noites
e de tuas manhas
ao meu lado
tenho sede
da tua presença
da tua voz doce
em meus ouvidos
tenho sede
de tudo
o que é teu
e esta sede
não passa nunca
tu és minha fonte
tenho
sede da tua boca
tenho
sede dos teus beijos
de mel
tenho sede
das tuas coxas carnudas
e dos teus
seios fartos
ainda
tenho sede
de tuas noites
e de tuas manhas
ao meu lado
tenho sede
da tua presença
da tua voz doce
em meus ouvidos
tenho sede
de tudo
o que é teu
e esta sede
não passa nunca
tu és minha fonte
1 de jan. de 2018
HOJE
hoje
despeço-me
do amanhã
hoje
arranco
as flores
que não deram flores
rasgo
papéis
que ficaram
em branco
hoje
ando
de volta
pelas estradas que andei
reconheço
cada pedra
que deixei
todas as migalhas
que implorei
e todo amor
morto
pelo caminho
hoje
deixei
de ser eu mesmo
e voltei
a ser
apenas vestígios
despeço-me
do amanhã
hoje
arranco
as flores
que não deram flores
rasgo
papéis
que ficaram
em branco
hoje
ando
de volta
pelas estradas que andei
reconheço
cada pedra
que deixei
todas as migalhas
que implorei
e todo amor
morto
pelo caminho
hoje
deixei
de ser eu mesmo
e voltei
a ser
apenas vestígios
ESPINHOS
rasgaram-me
a pele
teus espinhos
senti
o sangue
escorrer
e o amor
que tinha
por ti
se desfazer
rasgaram-me
a verdade
tuas mentiras
e tuas incoerências
e teu estado
de nada
fostes amada
mais
do que o amor
fostes
o sol
em meio a minha escuridão
e agora
deixa-me
alma
arranhada
e minhas trevas sem sol
a pele
teus espinhos
senti
o sangue
escorrer
e o amor
que tinha
por ti
se desfazer
rasgaram-me
a verdade
tuas mentiras
e tuas incoerências
e teu estado
de nada
fostes amada
mais
do que o amor
fostes
o sol
em meio a minha escuridão
e agora
deixa-me
alma
arranhada
e minhas trevas sem sol
DE TEU PECADO
vem
encosta
teu amor
no meu
deixa
que o incêndio
tome
conta de nós
e nos consuma
e faça
cinzas
de nós
vem
debruça
teu corpo
em meu corpo cansado
faça
do meu amor
teu escravo
dê-me
tuas asas
para que voe
em teus abismos
vem
cala minha boca
num beijo
mata minha fome
e meu desejo
depois
deixa-me ali
saciado
de teu amor
de teu pecado
encosta
teu amor
no meu
deixa
que o incêndio
tome
conta de nós
e nos consuma
e faça
cinzas
de nós
vem
debruça
teu corpo
em meu corpo cansado
faça
do meu amor
teu escravo
dê-me
tuas asas
para que voe
em teus abismos
vem
cala minha boca
num beijo
mata minha fome
e meu desejo
depois
deixa-me ali
saciado
de teu amor
de teu pecado
NÃO PROMETO NADA
a ti
não prometo nada
nem manhãs
de sol
nem poesias
nem amor
amor
a ti
apenas
espero
que venhas
do jeito que vier
que venhas nua
sem medos
sem a velha covardia insana
de sempre
não prometo
nada
nem amanhãs
nem flores
quem sabe
apenas alguns versos
que nem sei mais escrever
a ti
olharei
quando drobrares
as esquinas
e guardarei
as lembranças
do amor
que um dia senti
e todas as promessas
que nunca fiz
porque prometo
não te prometer nada
não prometo nada
nem manhãs
de sol
nem poesias
nem amor
amor
a ti
apenas
espero
que venhas
do jeito que vier
que venhas nua
sem medos
sem a velha covardia insana
de sempre
não prometo
nada
nem amanhãs
nem flores
quem sabe
apenas alguns versos
que nem sei mais escrever
a ti
olharei
quando drobrares
as esquinas
e guardarei
as lembranças
do amor
que um dia senti
e todas as promessas
que nunca fiz
porque prometo
não te prometer nada
ABANDONO
eu
abandono
meus invernos
e meus infernos
abandono
minhas cicatrizes
e minhas dores
abandono
meus vícios
e meus amores
deixo
de ser humano
torno-me
cada vez mais
é vácuo entre o que sou
e o que quero ser
abandono
minhas raízes
e meus soluços
minha casa
e minha tristeza
meus papéis
cheios de besteiras
abandono
as histórias
que vivi
tudo o que fui
me reinvento
para sobreviver
ainda há
muito para se viver
abandono
meu velho eu
para que possa renascer
poeta
poesia
abandono
meus invernos
e meus infernos
abandono
minhas cicatrizes
e minhas dores
abandono
meus vícios
e meus amores
deixo
de ser humano
torno-me
cada vez mais
é vácuo entre o que sou
e o que quero ser
abandono
minhas raízes
e meus soluços
minha casa
e minha tristeza
meus papéis
cheios de besteiras
abandono
as histórias
que vivi
tudo o que fui
me reinvento
para sobreviver
ainda há
muito para se viver
abandono
meu velho eu
para que possa renascer
poeta
poesia
TARDE DEMAIS
hoje eu acordei tarde demais e a vida já tinha passado por mim.
perdi o nascer do sol, a brisa fresca da manhã e as gotas de orvalho nas flores.
perdi o asfalto secando e os pássaros voando sem direção.
perdi as nuvens de algodão, perdi os enamorados.
as canções que gostava de cantar.
hoje eu acordei tarde demais e a vida escorreu pelos ralos.
quando vi já eram os amores.
as paixões tinham partido.
não havia mais os velhos sorrisos e o café esfriara na xícara em cima da mesa.
a vida passou
e eu não me despedi de quem amava
não colhi
as frutas
e elas cairão podres no chão
não reguei minhas plantas
e elas secaram...
hoje acordei tarde demais demais e minha boca estava amarga.
pelo fel do dia anterior, pelas palavras que não disse
e pelo amor que deixei de sentir...
mas, amanhã, se vivo eu estiver
acordei mais cedo
para que não perca nada
e possa
galopar
neste cavalo alado
que o tempo que me enterra.
perdi o nascer do sol, a brisa fresca da manhã e as gotas de orvalho nas flores.
perdi o asfalto secando e os pássaros voando sem direção.
perdi as nuvens de algodão, perdi os enamorados.
as canções que gostava de cantar.
hoje eu acordei tarde demais e a vida escorreu pelos ralos.
quando vi já eram os amores.
as paixões tinham partido.
não havia mais os velhos sorrisos e o café esfriara na xícara em cima da mesa.
a vida passou
e eu não me despedi de quem amava
não colhi
as frutas
e elas cairão podres no chão
não reguei minhas plantas
e elas secaram...
hoje acordei tarde demais demais e minha boca estava amarga.
pelo fel do dia anterior, pelas palavras que não disse
e pelo amor que deixei de sentir...
mas, amanhã, se vivo eu estiver
acordei mais cedo
para que não perca nada
e possa
galopar
neste cavalo alado
que o tempo que me enterra.
MAIS POESIAS
ainda
cativa-me
a poesia
ainda
me faz querer
sonhar
e escrever
ainda
que o cinza
tenha se embrenhado
nos coloridos
ainda que
a morte sagaz
que é
viva nas esquinas
que eu escreva
mais poesias
que ela
seja açúcar
no amargor
que ela
seja luz na escuridão
que ela
seja aquilo
que jamais serei
que haja mais
poesia
nas flores
nos amantes
nos amados
nos esquecidos
em nós
em tudo
cativa-me
a poesia
ainda
me faz querer
sonhar
e escrever
ainda
que o cinza
tenha se embrenhado
nos coloridos
ainda que
a morte sagaz
que é
viva nas esquinas
que eu escreva
mais poesias
que ela
seja açúcar
no amargor
que ela
seja luz na escuridão
que ela
seja aquilo
que jamais serei
que haja mais
poesia
nas flores
nos amantes
nos amados
nos esquecidos
em nós
em tudo
ALMAS NUAS
mais
do que corpos
nus
eu quero
almas nuas
almas
que me reencontrem
que se reencontrem
mais
do que silêncio
eu quero
gritos
das vozes caladas
que todas
as almas
se dispam
de seu corpos
que haja menos
vergonha
e mais amor
que haja mais luz
e mais pontes
quebrem-se
os muros
entre nós
mais almas nuas
mais almas livres
que as almas
voltem a se reencontrar
do que corpos
nus
eu quero
almas nuas
almas
que me reencontrem
que se reencontrem
mais
do que silêncio
eu quero
gritos
das vozes caladas
que todas
as almas
se dispam
de seu corpos
que haja menos
vergonha
e mais amor
que haja mais luz
e mais pontes
quebrem-se
os muros
entre nós
mais almas nuas
mais almas livres
que as almas
voltem a se reencontrar
POR QUE DEVO EU
por que
devo eu
ter medo
do amor
ainda
que não domine
o amor
que sinto
por que
devo eu
me ausentar
dos sentimentos
fortes
que carrego
em minhas malas
sou feito
de todas
as poeiras
de todos
os meus caminhos
e de todos
os olhares
que carrego
por que
devo eu
me esquivar
dos corpos
que passam por
minhas nestas ruas
serão eles
demônios
ou almas perdidas
que eu dê a eles
um pouco
da minha poesia
devo eu
ter medo
do amor
ainda
que não domine
o amor
que sinto
por que
devo eu
me ausentar
dos sentimentos
fortes
que carrego
em minhas malas
sou feito
de todas
as poeiras
de todos
os meus caminhos
e de todos
os olhares
que carrego
por que
devo eu
me esquivar
dos corpos
que passam por
minhas nestas ruas
serão eles
demônios
ou almas perdidas
que eu dê a eles
um pouco
da minha poesia
TUDO DE NOVO
que eu
possa viver
tudo de novo
de um jeito diferente
que possa
estar
mais entre abraços
que eu possa
fazer nascer mais
sorrisos
que possa
fazer brotar
mais luzes
em muitas escuridões
que eu escreva
mais
poesias
que não me olhe
tanto no espelho
procurando
meus defeitos
que eu possa
amar
ainda mais
até que meu coração
exploda
que eu me encante
mais
com os sorrisos alheios
e que reclame menos
dos erros que não são meu
enfim
que eu
possa viver tudo
de novo
só que de um jeito diferente
possa viver
tudo de novo
de um jeito diferente
que possa
estar
mais entre abraços
que eu possa
fazer nascer mais
sorrisos
que possa
fazer brotar
mais luzes
em muitas escuridões
que eu escreva
mais
poesias
que não me olhe
tanto no espelho
procurando
meus defeitos
que eu possa
amar
ainda mais
até que meu coração
exploda
que eu me encante
mais
com os sorrisos alheios
e que reclame menos
dos erros que não são meu
enfim
que eu
possa viver tudo
de novo
só que de um jeito diferente
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