eu
abandono
meus invernos
e meus infernos
abandono
minhas cicatrizes
e minhas dores
abandono
meus vícios
e meus amores
deixo
de ser humano
torno-me
cada vez mais
é vácuo entre o que sou
e o que quero ser
abandono
minhas raízes
e meus soluços
minha casa
e minha tristeza
meus papéis
cheios de besteiras
abandono
as histórias
que vivi
tudo o que fui
me reinvento
para sobreviver
ainda há
muito para se viver
abandono
meu velho eu
para que possa renascer
poeta
poesia
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