6 de mai. de 2008

DOIS DE DOIS


sou a soma dos meus medos
sou dois de mim
sem me conhecer por inteiro
sou metade
que acaba
o algo que se dissolve
dois de dois
sou o bicho solto
animal sem dono
tenho raiva
do que sou
sou o fim
poesia que não se escreve
livro que não se lê
sou tristeza
jamais fui alegria
dois de dois
um que conheço bem
o outro que se esconde bem
que me leva
sem eu querer
que me faz ir
sem saber para onde
um impulsiona
o que outro que rejeita
um limita
é o medo
o outro
é o risco
o perigo
dois de dois
um que conheço
outro que nem percebo
dois de dois
em mim

Nenhum comentário:

Postar um comentário