6 de mai. de 2008

NÃO DEVO NADA PARA NINGUÉM


me fiz sozinho
sem paz
sem sorriso
me fiz
andando por aí
acordava sobre xingos
e pontapés
na porta
que não se abria
era sempre de manhã
eu sabia
me fiz de erros
e de atrapelos
não amava
aprendi a amar
sem saber
o que era amor
me fiz
de soluços
de percalços
não devo nada para ninguém
não me ensinaram
apenas apontaram
por onde eu deveria ir
eu fui
quantas vezes caí
sem caderno
ou com caderno roubado
não tive pai
minha mãe trabalhava
me fiz sozinho
sem paz
me fiz de erros
hoje
sou fingidor
e se choro
acredite
é fingimento
não devo nada para ninguém

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