25 de out. de 2016
ESCREVO
eu
não penso
escrevo
eu
não sinto
escrevo
deixou
fluir
sem peso
e sem culpa
sem ler
meus devaneios
escrevo
a alma dita
e eu
escrevo
sem nexo
sem rima
sem querer nada
eu apenas
me deleito
e escrevo
em paredes
em branco
em papéis
de pão
em guardanapos sujos
eu
escrevo
como quem fuma
um cigrro
que depois
vira cinza no cinzeiro
não penso
não sinto
escrevo
não penso
escrevo
eu
não sinto
escrevo
deixou
fluir
sem peso
e sem culpa
sem ler
meus devaneios
escrevo
a alma dita
e eu
escrevo
sem nexo
sem rima
sem querer nada
eu apenas
me deleito
e escrevo
em paredes
em branco
em papéis
de pão
em guardanapos sujos
eu
escrevo
como quem fuma
um cigrro
que depois
vira cinza no cinzeiro
não penso
não sinto
escrevo
TE QUERIA
eu
queria
ter corpo
meu
queria
tocar tua pele
os mamilos
rigidos
dos teus seios
queria
beijar
teu ventre
beber a saliva
de tua boca
eu queria
estar em você
sem pressa
m fundir
e sermos um
eu queria
por um momento
ser teu
no chão da sala
em meio as almofadas
eu queria
você nua
numa cama
de desejos
eu queria
teus rios
e tuas tempestades
queria
ter corpo
meu
queria
tocar tua pele
os mamilos
rigidos
dos teus seios
queria
beijar
teu ventre
beber a saliva
de tua boca
eu queria
estar em você
sem pressa
m fundir
e sermos um
eu queria
por um momento
ser teu
no chão da sala
em meio as almofadas
eu queria
você nua
numa cama
de desejos
eu queria
teus rios
e tuas tempestades
MAIS NADA
bom
quando
o que é saudade
vira lembrança
e a lembrança viva
aos poucos
se apaga
como fotografia
que vai amarelando
como papel
amassado
num canto
bom
quando a alma
vai crescendo
bom
sentir o desapego
bom
quando não resta
mais nada
e a alma
livre e resignada
pode andar por ai
sem medo
bom
quando tudo o que foi
não é mais nada
quando
o que é saudade
vira lembrança
e a lembrança viva
aos poucos
se apaga
como fotografia
que vai amarelando
como papel
amassado
num canto
bom
quando a alma
vai crescendo
bom
sentir o desapego
bom
quando não resta
mais nada
e a alma
livre e resignada
pode andar por ai
sem medo
bom
quando tudo o que foi
não é mais nada
ESPAÇOS VAZIOS
ocupei
em mim
todos
os espaços vazios
coloquei
cimento
barro
cinzas
tirei
as noites
mal dormidas
e os sonhos
que não desejava ter
abri
as janelas
descalcei meus pés
não olhei para trás
ocupei
em mim
todos
os espaços vazios
enchi
tudo
com romances inacabados
com livros que nunca li
e filmes de um passado presente
em mim
todos
os espaços vazios
coloquei
cimento
barro
cinzas
tirei
as noites
mal dormidas
e os sonhos
que não desejava ter
abri
as janelas
descalcei meus pés
não olhei para trás
ocupei
em mim
todos
os espaços vazios
enchi
tudo
com romances inacabados
com livros que nunca li
e filmes de um passado presente
EU TE DESENHEI
eu
te desenhei
em papéis
de rascunhos
te colori
te enfeitei
te fiz o que não era
uma aquarela
te coloquei
na moldura mais bonita
tinhas
em mim
uma parede somente tua
tuas cores
foram
sumindo
teu rosto
se esmaeceu
as cores
perderam
o brilho
a moldura se perdeu
se quebrou
e a parede
em mim
que era tua
rachou
te desenhei
em papéis
de rascunhos
te colori
te enfeitei
te fiz o que não era
uma aquarela
te coloquei
na moldura mais bonita
tinhas
em mim
uma parede somente tua
tuas cores
foram
sumindo
teu rosto
se esmaeceu
as cores
perderam
o brilho
a moldura se perdeu
se quebrou
e a parede
em mim
que era tua
rachou
SEMPRE FUI
eu sou
os meus erros
o meu passado
eu sou
poesia mal escritas
e o vento
que soprou
eu sou
as paixões que senti
e os amores
que nunca amei
eu sou
a janela quebrada
a farpa
que nunca saiu
de minha mão
eu sou
os sonhos que sonhei
e a esperança
que perdi
eu sou
o agora
que não chega
e o instante que não passa
os meus erros
o meu passado
eu sou
poesia mal escritas
e o vento
que soprou
eu sou
as paixões que senti
e os amores
que nunca amei
eu sou
a janela quebrada
a farpa
que nunca saiu
de minha mão
eu sou
os sonhos que sonhei
e a esperança
que perdi
eu sou
o agora
que não chega
e o instante que não passa
NOITE
a noite
não
é mais
aquela puta
me seduzia
a noite
se travestiu
agora
mora
em becos
onde ninguém entra mais
a noite
é o engano
mais sutil
é o veneno
que mata devagar
a noite
não é mais
tão bela
anda caida
pelas esquinas
embriagada
sozinha
solitária
a noite
perdeu a poesia
a magia
a inspiração
vaga
sobre seus escombros
não
é mais
aquela puta
me seduzia
a noite
se travestiu
agora
mora
em becos
onde ninguém entra mais
a noite
é o engano
mais sutil
é o veneno
que mata devagar
a noite
não é mais
tão bela
anda caida
pelas esquinas
embriagada
sozinha
solitária
a noite
perdeu a poesia
a magia
a inspiração
vaga
sobre seus escombros
NÃO TENHO MAIS
não
tenho mais
urgências
nem pressa
nem sigo mais
meus extintos
estou cego para eles
e mudo
não
tenho as mesmas
necessidades
nem mais as mesmas
vontades
agora
quero apenas
ficar
no meu canto quieto
e antes
o que me iludia
agora
já não mais
me comanda
me condena
tudo
em mim
passou
e o que ficou
um dia também passará
tenho mais
urgências
nem pressa
nem sigo mais
meus extintos
estou cego para eles
e mudo
não
tenho as mesmas
necessidades
nem mais as mesmas
vontades
agora
quero apenas
ficar
no meu canto quieto
e antes
o que me iludia
agora
já não mais
me comanda
me condena
tudo
em mim
passou
e o que ficou
um dia também passará
TEU ORGASMO
eu gosto
do teu gozo
de sentir
o teu orgasmo
gosto
das tuas unhas
em minhas costas
gosto
dos teus gritos
dos teus berros
gosto
de me sentir
laçado
entre tuas pernas
eu gosto
de te sentir mulher
de te sentir ali
totalmente entregue
sem tempo
sem mundo
sem nada
apenas nua
cheia de mel
que escorre das coxas
gosto
do te gozo
do teu orgasmo
do teu prazer
do teu gozo
de sentir
o teu orgasmo
gosto
das tuas unhas
em minhas costas
gosto
dos teus gritos
dos teus berros
gosto
de me sentir
laçado
entre tuas pernas
eu gosto
de te sentir mulher
de te sentir ali
totalmente entregue
sem tempo
sem mundo
sem nada
apenas nua
cheia de mel
que escorre das coxas
gosto
do te gozo
do teu orgasmo
do teu prazer
24 de out. de 2016
A POESIA
a poesia
me salva
de mim
me salva
da loucura
que me persegue
me salva
das paixões
que me incendeiam
me salva
da morte
quando a morte
me ronda
a poesia
é meu vício
minha liberdade
minha libertação
ela contêm meu choro
sufoca meu grito
ameniza meu cansaço
a poesia
me aceita
sem crítica
sem medo
sem nojo
e como ela sou
quem sou
giz
que se apaga
nada
que se apega
me salva
de mim
me salva
da loucura
que me persegue
me salva
das paixões
que me incendeiam
me salva
da morte
quando a morte
me ronda
a poesia
é meu vício
minha liberdade
minha libertação
ela contêm meu choro
sufoca meu grito
ameniza meu cansaço
a poesia
me aceita
sem crítica
sem medo
sem nojo
e como ela sou
quem sou
giz
que se apaga
nada
que se apega
ESQUECIDO
eu
me vi
escorrendo
pelo canto
dos teus olhos
eu
me vi
se desfazendo
o descaso
que crescia
dentro
do teu peito
me procurei
e não mais
me achei
nos reflexos
dos teus olhos
ruas vazias
pés descalços
eu mendigando
refém das escolhas erradas
eu
me vi
sucumbir
com a vida cheia vida
e nem as mãos
me agarravam mais
meu espaço
eu me vi
desfeito
inigualável
inesquecível
e esquecido
me vi
escorrendo
pelo canto
dos teus olhos
eu
me vi
se desfazendo
o descaso
que crescia
dentro
do teu peito
me procurei
e não mais
me achei
nos reflexos
dos teus olhos
ruas vazias
pés descalços
eu mendigando
refém das escolhas erradas
eu
me vi
sucumbir
com a vida cheia vida
e nem as mãos
me agarravam mais
meu espaço
eu me vi
desfeito
inigualável
inesquecível
e esquecido
EU FUI
eu fui
crescendo
aprendendo
a me entender
eu fui
caindo
aprendendo
a levantar
vi meus anjos
e meus demônios
abracei o amor
e o desamor
pés cravados
na terra de barro negro
eu fui
por entre
lamaçais
por entre abismos
e precipícios
e assim
aprendi
a voar
a me defender
de mim
das minhas ilusões
do amor
que em mim
nunca se desfaz
crescendo
aprendendo
a me entender
eu fui
caindo
aprendendo
a levantar
vi meus anjos
e meus demônios
abracei o amor
e o desamor
pés cravados
na terra de barro negro
eu fui
por entre
lamaçais
por entre abismos
e precipícios
e assim
aprendi
a voar
a me defender
de mim
das minhas ilusões
do amor
que em mim
nunca se desfaz
INCONSCIENTE
perdi
a consciência
roubaram
de mim
tentaram
que eu morresse
que a vida
cessasse
perdi
as horas
o relógio
a pressa
roubaram
de mim
o amor que sentia
e a vida
que se fazia em poemas
jamais escritos
rasgaram-me
feito
papel
e lançaram-me
no vento
da sorte
eu voei
por ai
sem minha consciência
sem partes da minha inteligência
sem sabem
para onde voltar
eu voltei
para dentro de mim
para minha consciência morta
para dentro de mim
a consciência
roubaram
de mim
tentaram
que eu morresse
que a vida
cessasse
perdi
as horas
o relógio
a pressa
roubaram
de mim
o amor que sentia
e a vida
que se fazia em poemas
jamais escritos
rasgaram-me
feito
papel
e lançaram-me
no vento
da sorte
eu voei
por ai
sem minha consciência
sem partes da minha inteligência
sem sabem
para onde voltar
eu voltei
para dentro de mim
para minha consciência morta
para dentro de mim
O QUE SOU
o que sou
sou
aquele
vaso quebrado
aquele
pedaço
de espelho
aquele
papel amassado
sou os restos
de um pão
mastigado
no dente sujo
e mal escovado
sou o barro
no canto da bota
as fezes
o orvalho
sobre ela
sou música
que não se canta
poema
que não se escreve
sou acaso
descaso
sou tudo
menos poeta
resto de comida
no prato vazio
bagaço
a estria
o incomodo
o pecado
sou a ausência
de mim
a falta de sol
o frio da escuridão
sou tudo
menos
poeta
sou
aquele
vaso quebrado
aquele
pedaço
de espelho
aquele
papel amassado
sou os restos
de um pão
mastigado
no dente sujo
e mal escovado
sou o barro
no canto da bota
as fezes
o orvalho
sobre ela
sou música
que não se canta
poema
que não se escreve
sou acaso
descaso
sou tudo
menos poeta
resto de comida
no prato vazio
bagaço
a estria
o incomodo
o pecado
sou a ausência
de mim
a falta de sol
o frio da escuridão
sou tudo
menos
poeta
SOLITÁRIO
gosto
do barulho
do silêncio
me escuto
melhor
meus monstros
e meus demônios
ouço
melhor
a voz de Deus
ouço
melhor
minha própria voz
gosto
de me sentir sozinho
talvez
pela certeza
que nunca ninguém é só
acendo
o cigarro
só pra ver ele queimar
no cinzeiro
ligo
o rádio
em poucos
segundos enlouqueço
ao som de uma música qualquer
amo
o barulho
do silêncio
suas vozes
meus monstros
meus demônios
Deus
e eu
do barulho
do silêncio
me escuto
melhor
meus monstros
e meus demônios
ouço
melhor
a voz de Deus
ouço
melhor
minha própria voz
gosto
de me sentir sozinho
talvez
pela certeza
que nunca ninguém é só
acendo
o cigarro
só pra ver ele queimar
no cinzeiro
ligo
o rádio
em poucos
segundos enlouqueço
ao som de uma música qualquer
amo
o barulho
do silêncio
suas vozes
meus monstros
meus demônios
Deus
e eu
SAINDO DE VOCÊ
desculpe
mas
estou saindo
de você
estou
tirando
toda a minha
bagunça
minhas tralhas
minhas poeiras
e todas
as minhas confusões
achei
que encontraria
em você
um espaço
meu para tudo
o que carrego
minhas ânsias
meus tormentos
e meu jeito de amar
mas,
teu coração
é quarto pequeno
ainda mais cheios
de bagunças do que o meu
e bagunça
por bagunça
fico no meu canto
assim
me entendo melhor
eu estou
deixando você
pode de novo
alugar o espaço vago do teu coração cheio
de vazio
mas
estou saindo
de você
estou
tirando
toda a minha
bagunça
minhas tralhas
minhas poeiras
e todas
as minhas confusões
achei
que encontraria
em você
um espaço
meu para tudo
o que carrego
minhas ânsias
meus tormentos
e meu jeito de amar
mas,
teu coração
é quarto pequeno
ainda mais cheios
de bagunças do que o meu
e bagunça
por bagunça
fico no meu canto
assim
me entendo melhor
eu estou
deixando você
pode de novo
alugar o espaço vago do teu coração cheio
de vazio
22 de out. de 2016
DA MINHA JANELA
fico
assim
olhando
o mundo
da minha janela
sinto
o vento
me acariciar
mas não deixo
mais que me arraste
sinto
o perfume
das rosas
mas não deixo
mais que envolva
sonho
agora
e não deixo mais
os sonhos
criarem asas
fico assim
em meio
a solidão
de poesias que talvez
nunca sejam declamadas
ou decifradas
nada mais
me encanta
a vida
tirou
a venda dos meus olhos
e o amor
deixou machucado
meu coração
assim
olhando
o mundo
da minha janela
sinto
o vento
me acariciar
mas não deixo
mais que me arraste
sinto
o perfume
das rosas
mas não deixo
mais que envolva
sonho
agora
e não deixo mais
os sonhos
criarem asas
fico assim
em meio
a solidão
de poesias que talvez
nunca sejam declamadas
ou decifradas
nada mais
me encanta
a vida
tirou
a venda dos meus olhos
e o amor
deixou machucado
meu coração
POETA
vim
da terra
do sulco
da terra
vim do sol
vim do sal
vim dos erros
que passaram
das mentiras
dos acertos
vim da água
dos germes
das sementes espalhadas
vim do choro
vim da alegria
vim de todas as saudades
vim da morte
vim da vida
vim dos pedaços
deixados ao longo da estrada
vim dos retalhos
das linhas
das esquinas
sou poeta
sou poesia
da terra
do sulco
da terra
vim do sol
vim do sal
vim dos erros
que passaram
das mentiras
dos acertos
vim da água
dos germes
das sementes espalhadas
vim do choro
vim da alegria
vim de todas as saudades
vim da morte
vim da vida
vim dos pedaços
deixados ao longo da estrada
vim dos retalhos
das linhas
das esquinas
sou poeta
sou poesia
APRENDI
acho
que aprendi
agora
sei
do que são feitos
os sonhos
agora
conheço
as dores
sei
sentir o amor
reconheço
os sintomas
da paixão
e onde se esconde
Deus em mim
acho
que aprendi
a rezar
aprendi a gostar
aprendi a amar
agora
posso voar sem asas
e não cair
posso me atirar
e não morrer
e a saudade
do que fui
já não tem mais espaço
em mim
que aprendi
agora
sei
do que são feitos
os sonhos
agora
conheço
as dores
sei
sentir o amor
reconheço
os sintomas
da paixão
e onde se esconde
Deus em mim
acho
que aprendi
a rezar
aprendi a gostar
aprendi a amar
agora
posso voar sem asas
e não cair
posso me atirar
e não morrer
e a saudade
do que fui
já não tem mais espaço
em mim
VELHOS CAMINHOS
desejo
apenas
ir
pelos caminhos
que já conheço
não me cabe
mais
me perder
não me cabe
mais
tantas paixões
mundanas
estou velho
de alma corroida
cheio
de dores
articulações
fracas
e o coração
embrutecido
quero
os mesmos
caminhos
os conheço
melhor que ninguém
não me cabem
mais
novos passos
e os sorrisos
não me enganam mais
apenas
ir
pelos caminhos
que já conheço
não me cabe
mais
me perder
não me cabe
mais
tantas paixões
mundanas
estou velho
de alma corroida
cheio
de dores
articulações
fracas
e o coração
embrutecido
quero
os mesmos
caminhos
os conheço
melhor que ninguém
não me cabem
mais
novos passos
e os sorrisos
não me enganam mais
CHOREI
eu chorei
chorei
até cair
eu chorei
de dor
de desamor
de desalento
chorei
de raiva
chorei
de mágoa
e nunca de alegria
chorei
porque me perdi
porque fugi
porque desisti
eu chorei
no meio da multidão
e ninguém viu
como
eu
ali
todos choravam
em silêncio
por desamor
por desalento
por estarem todos
em meios as tantas
multidões
chorei
até cair
eu chorei
de dor
de desamor
de desalento
chorei
de raiva
chorei
de mágoa
e nunca de alegria
chorei
porque me perdi
porque fugi
porque desisti
eu chorei
no meio da multidão
e ninguém viu
como
eu
ali
todos choravam
em silêncio
por desamor
por desalento
por estarem todos
em meios as tantas
multidões
SEI DE VOCÊ
sei
o gosto
dos teus lábios
o gosto
da tua saliva
o gosto
das coxas
dos seios
o gosto
que carregas
no ventre
sei
o gosto
do calor
do teu abraço
e o gosto
doce
do teu sorriso
sei
quais
os riscos
da tuas mãos
e a curvatura
precisas
das tuas sobrancelhas
sei
o desalinho
dos teus cabelos
e tuas frases soltas
sei das tuas horas
conheço teu silêncio
e quando afoita
desejar fazer amor
eu sei
de você mais
do que sei de mim
o gosto
dos teus lábios
o gosto
da tua saliva
o gosto
das coxas
dos seios
o gosto
que carregas
no ventre
sei
o gosto
do calor
do teu abraço
e o gosto
doce
do teu sorriso
sei
quais
os riscos
da tuas mãos
e a curvatura
precisas
das tuas sobrancelhas
sei
o desalinho
dos teus cabelos
e tuas frases soltas
sei das tuas horas
conheço teu silêncio
e quando afoita
desejar fazer amor
eu sei
de você mais
do que sei de mim
VAZIA
eu
não me aquecia
em teu
corpo
e teu corpo
pouco
me excitava
ainda
que os seios
voluptuosos
fossem belos
ainda
que a pele
fosse
tecida por seda
eu não sentia
por ti
desejos
ainda
que me fizesse
carícias
faltava
em ti
amor
eras apenas despudorada
vazia
e eu queria
em meio a tudo
o que tinhas
o amor
que não tinha
não me aquecia
em teu
corpo
e teu corpo
pouco
me excitava
ainda
que os seios
voluptuosos
fossem belos
ainda
que a pele
fosse
tecida por seda
eu não sentia
por ti
desejos
ainda
que me fizesse
carícias
faltava
em ti
amor
eras apenas despudorada
vazia
e eu queria
em meio a tudo
o que tinhas
o amor
que não tinha
MINHA ROSA
dou
a ti
a rosa
única
que cultivei
em meu jardim
de aparências
rosa
de cálida
fragrância
rosa
sem espinhos
dou
a ti
a rosa
que eras meu alento
nas tarde
frias do outono
rosa
de pétalas
aveludadas
de beleza impar
a única
do meu jardim
a única que me fazia
suspirar
de amor
e agora
te dou
minha rosa
sabendo
que iras morrer
em tuas mãos
e nelas restará
apenas
e tão somente meu coração
a ti
a rosa
única
que cultivei
em meu jardim
de aparências
rosa
de cálida
fragrância
rosa
sem espinhos
dou
a ti
a rosa
que eras meu alento
nas tarde
frias do outono
rosa
de pétalas
aveludadas
de beleza impar
a única
do meu jardim
a única que me fazia
suspirar
de amor
e agora
te dou
minha rosa
sabendo
que iras morrer
em tuas mãos
e nelas restará
apenas
e tão somente meu coração
AMADA LUA
jurei
meu amor
a lua
jurei
escrever
juras
de amor
se fim
e poesias
que não eram
mais minhas
e sim tuas
jurei
jamais
te deixar
e as nuvens
te roubaram
de mim
e os raios
machucaram
tua pele
e a chuva
me fez chorar
tua ausência
e os meus papéis
em branco
esperando
tua volta
jurei
te amar
amada lua
até que meus olhos
fechassem para sempre
e assim
eu pudesse te encontrar
meu amor
a lua
jurei
escrever
juras
de amor
se fim
e poesias
que não eram
mais minhas
e sim tuas
jurei
jamais
te deixar
e as nuvens
te roubaram
de mim
e os raios
machucaram
tua pele
e a chuva
me fez chorar
tua ausência
e os meus papéis
em branco
esperando
tua volta
jurei
te amar
amada lua
até que meus olhos
fechassem para sempre
e assim
eu pudesse te encontrar
DOCE SINFONIA
deixo-te
cantar
nas verdes
árvores
do meu quintal
como relógio
que me desperta
para vida
como um beijo
de Deus
em minha face
todos os dias
ali
quando nasce o sol
tu me brindas
com teu canto manso
os sonhos se desfazem
nasce
de novo outra realidade
dos dias tão iguais
e tu ali
cantando tua alegria
ou tua tristeza
de só saber cantar
cantar
nas verdes
árvores
do meu quintal
como relógio
que me desperta
para vida
como um beijo
de Deus
em minha face
todos os dias
ali
quando nasce o sol
tu me brindas
com teu canto manso
os sonhos se desfazem
nasce
de novo outra realidade
dos dias tão iguais
e tu ali
cantando tua alegria
ou tua tristeza
de só saber cantar
TEU CÉU
queria
teu céu
de estrelas
que não brilhavam
queria
o teu norte
e o leste
para onde apontavas
eu fui
e me deixastes ir
sozinho
para te encontrares
onde não estasas
zombastes
de mim
e do que eu sentia
e o que sentia
agora
se desfazia
como teu céu
sem estrelas
e o no meu
de estrelas jamais se apagaram
voltei
para minha lua
de encantos
e agora
fostes eu
que te deixastes ali
no caminho
no escuro do teu céu sem estrelas
teu céu
de estrelas
que não brilhavam
queria
o teu norte
e o leste
para onde apontavas
eu fui
e me deixastes ir
sozinho
para te encontrares
onde não estasas
zombastes
de mim
e do que eu sentia
e o que sentia
agora
se desfazia
como teu céu
sem estrelas
e o no meu
de estrelas jamais se apagaram
voltei
para minha lua
de encantos
e agora
fostes eu
que te deixastes ali
no caminho
no escuro do teu céu sem estrelas
COLAPSO
eu
me afastei
das pessoas
que eram poesia
que eram
minhas fontes
de inspiração
me afastei
das minhas mentiras
e ilusões
curei minha
insanidade de ver
aquilo que não existia
deixei
de lado os sorrisos
falsos
e todos os abraços vazios
a poesia
se fazia na minha loucura
nos meus gritos
vazios
em todas as pessoas
que não existiam
me afastei
das pessoas
que eram poesia
que eram
minhas fontes
de inspiração
me afastei
das minhas mentiras
e ilusões
curei minha
insanidade de ver
aquilo que não existia
deixei
de lado os sorrisos
falsos
e todos os abraços vazios
a poesia
se fazia na minha loucura
nos meus gritos
vazios
em todas as pessoas
que não existiam
TUAS SOMBRAS MINHAS
vejo
tuas sombras
habitando
minhas trevas
sinto
no vento
que sopra
minhas incertezas
o perfume
adocicado
do teu veneno
na água
o gosto amargo
do teu beijo
sinto
nas noites
sem lua
a nudez proibida
dos teus tenros
pecados
sinto
tua morte
deixando na tua sombra
das tuas ruas
sujas
jogado pedaços
do coração meu
quebrado
tuas sombras
habitando
minhas trevas
sinto
no vento
que sopra
minhas incertezas
o perfume
adocicado
do teu veneno
na água
o gosto amargo
do teu beijo
sinto
nas noites
sem lua
a nudez proibida
dos teus tenros
pecados
sinto
tua morte
deixando na tua sombra
das tuas ruas
sujas
jogado pedaços
do coração meu
quebrado
TUDO O QUE SOBROU DE MIM
eu
fiquei pelo
meu caminho
querendo
juntar
os restos
do meu coração
quebrado
na mala
sem espaço
tudo
o que sobrou
do que fui
eu
fiquei
tateando
meus escombros
meu espiríto
desvastado
pelo desamor
de amar
na mala
sem espaço
o que sobrou
do que fui
eu
parei
na beira
do abismo
no precipicio
do meu eu
e me atirei
sem a mala
e sem nada do restou
do que fui
do que pensei que eu era
fiquei pelo
meu caminho
querendo
juntar
os restos
do meu coração
quebrado
na mala
sem espaço
tudo
o que sobrou
do que fui
eu
fiquei
tateando
meus escombros
meu espiríto
desvastado
pelo desamor
de amar
na mala
sem espaço
o que sobrou
do que fui
eu
parei
na beira
do abismo
no precipicio
do meu eu
e me atirei
sem a mala
e sem nada do restou
do que fui
do que pensei que eu era
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