31 de mar. de 2011

“Sem você não dá”

Sem você
Não dá
Pra sorrir
Não dá
Pra viver
Não dá
Pra não
Querer
Que tudo
Dê certo
Sem você
Não dá
Pra ficar
Nessas guerras
Cruas
Não dá
Graça
De vencer
Sem você
Não dá
Pra viver
Com emoção
Tudo
Fica
Vazio
Sem graça
Sem você
Não dá
Não existo

“Sem sono”

As horas
Não passam
Fico
Olhando
O vazio
Sem sono
Sem nada
Não penso
Não sinto
Estou
Morto vivo
Ou
Vivo
Sei lá
Pra que
As horas
Me consomem
Não passam
Fico
Olhando
Os pernilongos
Na parede
Sem sono
Querendo
Que tudo
Acabe
E eu morra
Pra dormir
Pra descansar em paz

“Sem chance”

Não adianta
Voltar
Correndo
Pedindo
Esmolando
Agora
É de vez
Sem chance
Não quero mais
Teus sorrisos
Infames
E tua boca
Venenosa
Não quero
Mais
Palavras
Azedas
E tuas provocações
De sempre
Não dá mais
Sem chance
Já foi
Já deu
O que tinha
Que dar
Não dá mais
Acabou
De vez
Sem chance

“Seda”

Tua pele
É seda
Tua boca
É seda
Tua língua
Teu corpo
Você
É seda
Teus cabelos
Teus olhos
Tuas mãos
Delicadas
Mãos
Teus sonhos
Tudo
De você
E em você
Pura seda
Tua pele
Tudo
Em você
De você
Teus lençóis
Tua cama
Tudo
Irresistível
Inesquecível
Sempre viva
Seda

“Se acaso você chegasse”

Se acaso
Você
Chegasse
Derrepente
Sem avisar
Roubaria
De mim
A minha
Vida
Meu sorriso
E me faria
Renascer
Se acaso
Você
Chegasse
Assim
Toda prosa
Ficaríamos
Por horas
Na mesa
De um bar
Jogando
Conversa fora
Rindo das nossas
Vidas
Esquecendo assim
Nossas derrotas
Se acaso
Você chegasse

“Revanche”

Não preciso
De revanche
Eu já
Ganhei
Atropelei
Quem dizia
Que não
Não preciso
Provar
De novo
O que já
Provei
E provo
Todos os dias
Deixo
Apenas
Que lembre
De mim
E chorem
Não preciso
De revanche
Já ganhei
De todos
Que um dia
Falaram de mim
Já chorei
O que choram
Hoje
Não preciso mais chorar

“Quente”

Imagino
Teu corpo
Quente
Incandescente
Imagino
Tua língua
Úmida
E tua saliva
Ácida
Imagino
Sempre
Teu abraço
No meu abraço
E nós
Dois
Perdidos
Neste mesmo
Labirinto
Sem saída
Pra nós dois
Imagino
Teu corpo
Quente
Incandescente
E teu beijo
Na minha boca
E teu hálito
Para sempre
No gosto da minha boca

“Que língua falo eu”

Que língua
Falo
Eu
Se no mundo
Que vivo
Solitário
De mim
Não vivo
Não há som

Meu
Eu sentado
No sofá
De angústias
Que língua
Falo
Eu
Se não preciso
Dizer nada
A mim
No mundo
Em que eu
Vivo
Sozinho
Só eu
No meu silêncio
Sentado no meu sofá
De sonhos
Esquecidos

“Pra sempre essa noite”

O dia
Morre
Lentamente
Como
Quem
Quer ficar
Olhando
A noite vadia
Chegar
O dia
Chora
Em silêncio
E desfaz
Em cinzas
Pra sempre
Essa noite
Que não
Deixará
Vestígios
Algum
Do dia que morreu
Em silêncio
Como todas
As noites
E os dias
Que nascem mortos
Pra sempre
Essa noite
De todas as outras que virão

“Pra onde você vai”

Depois
Do fim
Pra onde você vai
Vai viver
Seu céu
Sua paz
Ou teu inferno
Astral
Vai chorar
Ou vai rir de
Tudo
Depois
Do fim
Como será
Tua vida
Pra onde vai
Tudo
O que se viveu
Serão
Apenas mais
Sombras
Do passado
Ou para sempre
Ainda
Páginas viradas
Depois
Do fim
Pra onde você
Vai

“Por tudo o que for”

Por tudo
O que for
E foi
Quero
Ter você
Do meu lado
Seja sorrindo
Seja cheia
De ilusão
Feito
Conto de fada
Por tudo
O que for
Seremos
Nós
Por nós mesmos
Sempre
Mesmo
Que haja dor
Haverá
Em nós
Sempre
O mesmo
Amor de sempre
Por tudo
O que for
E por tudo
Que será
Nós sempre lado a lado

“Pobre Deus”

Pobre Deus
Já não sabe
Mais o que fazer
Perdido
Entre nós
Atônito
Com tanta
Maldade
Perplexo
Com os erros
De tua criação
Pobre Deus
Que ainda
Acreditava
No amor
Como salvação
Chora
Hoje
De tristeza
De decepção
Ver seus filhos
Se matando
Pobre Deus
Solitário
E sem mais
Poder
Rezando
Pelo que será
De todos nós

30 de mar. de 2011

“Perversa distração”

Às vezes
Distraio-me
Olhando
Você
Sua bunda
Seu sorriso
É a minha
Perversa distração
Meu momento
De fuga
Meu momento
De ilusão
Fico
Pensando
Em nada
E quando
Volto
A terra
Está mais
Leve
Mais
Bonita
E eu ainda
Perdido na sua imagem
É com certeza
Minha perversa
Distração
Minha fuga
Meu alento

“Os tipos que eu não fui”

Nunca fui
Do tipo
Que se jogada
Nunca fui
Do tipo
Que me lançava
Eu
Arriscava
Sem querer
Saber
Nunca fui
Do tipo
Filhinho
Do papai
Nunca tive
Pai
E minha mãe
Não tava nem ai
Os tipos
Que não fui
Eu sei
Nunca fui do tipo
Estudioso
Nunca tive amigos
Nunca tive amores
Eu
Arriscava
Sem querer
Saber se ia ganhar ou perder

“O mistério”

Será
Que um dia
Por aí
Vou
Te encontrar
Será
Que um dia
Eu
Poderia
Dizer
Sem medo
O que sinto
E ganhar
Um beijo
Da tua boca
Esse
É o mistério
Que me faz
Seguir
Adiante
Será
Que eu vou
Antes
De te ver sorrir
Ou partiras
Primeiro
Sem me dizer
O que quero ouvir
Eis o mistério

“O jogo não valeu”

Não ganhei
Eu
Não ganhou
Você
E nem empate
Deu
O jogo
Não valeu
Não há regras
Você faz
O que tem
Que fazer
E eu
Apenas
Me defendendo
De você
Sem saber
Por onde
Ataca
O que vale
E não vale
Não sei jogar
Teu jogo
De azar
Seu jogo
Não valeu
Não ganhei
Eu
Não ganhou você

“O inferno é fogo”

Todos
Os dias
Preciso
Me vencer
Me superar
Não posso vacilar
Os demônios
Ficam
Na espreita
Querendo
Meus erros
Querendo
Minha paz
Minha consciência
Todos
Os dias
Preciso
Não dar
Ouvidos
As vozes
Que gemem
E querem
Que eu saia
De mim
O inferno
É fogo
E os demônios
Querem um descuido
Querem me jogar

“O grito”

Fico
Pensando
Em você
Se chora
Sem perceber
Se grita
De dor
Se lamenta
Por tudo
de errado
Fico
Querendo
Um grito
Seu
Para ter a certeza
Que não
É
Tão forte assim
Fico
Pensando
Em você
Se há lágrimas
Ou se todas
Já secarão
Fico
Tentando
Escutar
Seu grito
Seu choro

“Nostalgia da modernidade”

Olho
Minha neta
Pequena
Dormindo
Sem ainda
Se preocupar
Com nada
O que será
Do amanhã
Como estarão
Nossos dias
O que será
Dessa pequena
Menina
Ainda
Sem sonhos
Ainda
Inocente
Ainda
Anjo
Nessa terra
Olho
Minha pequena
De sorriso
Vivo
E tenho medo
Do que virá
Amanhã

“Noite & dia”

Noite
Sombra
Do dia
Morto
Na calçada
Dia
Luz
Da vida
Refletida
Nos ecos
Sem som
Dia
E noite
A mesma
De todas
As vidas
E tantas
Vida
Jogadas
Em valas
Esquecidas
Noite
O escuro
Da vida
Dia
Que se pensa
Ver
E o eco
Sem som

“Nem bem nem mal”

De verdade
Não me fazes
Nem bem
Nem mal
Se quiser
Eu iria
Como não queres
Fico
Eu onde
Estou
De verdade
Também
Não sei
Ir-se-ia
Se tu chamasses
Meu nome
Nem bem
Nem mal
Mesmo
Que eu queira
Morrer
Em teus braços
Não me prendo
A ti
Pássaro
Sem asas
Que adiantaria
Sofrer
Se até o sofrimento merece razão

“Não tô entendendo nada”

Não diz
Que sim
Nem que
Não
Faz-me de bobo
Na sua mão
Fica
Nas entrelinhas
Nas meias
Palavras
Para que eu
Interprete
Errado
E depois
Perca-me
No pecado
Não me chama
Nem me manda
Embora
Me quer
Por perto
Rondando
Lobo
Uivando
Esperando
Ou é isso
Ou não

Entendendo nada

“Não quero seu perdão”

Não quero
Seu amor
Não quero
Seu perdão
Não quero
Seu corpo
Seus beijos
Seus carinhos
Sua demência
Não quero
Nada de você
Não quero
Seus dias
E suas noites
Nuas
Não quero
Seu sorriso
E suas desventuras
Não quero
Seu perdão
Nem sua piedade
Nem sua dó
De mim
Não quero
Seu peso
Suas marcas
Suas lágrimas
Não quero
Nada seu

“Na poeira do mundo”

Na poeira
Do mundo
Escondi
Os vestígios
Das minhas lágrimas
Na poeira
Do mundo
Deixei
Que os ventos
Levassem
O que restou
De mim
E deixei
Que ficasse
No pó
Acumulado
O resto
Do maldito
Amor
Não sai
Da vista
Que não sai
Dos olhos
Que não sai
Do coração
Que está sempre
Na poeira
Imunda
Do mundo

“Paranóia”

Poderia
Enlouquecer
Ainda
Mais
Quando
Vi
À noite
Se despindo
Para mim
Poderia
Ficar
Ainda
Mais alucinado
Imaginando
O telefone
Tocando
Na madrugada
Em que nada
Mais
Havia
Nem esperança
Poderia
Viver
Nessa paranóia
De te querer
Sem querer
De te
Amar
Sem amor

“Meu abismo, meu abrigo”

Sei onde
Morro
Onde renasço
Onde me
Escondo
Onde me
Acho
Sei
Onde há
Dor
Em mim
Sei
Onde curar
A dor
Que há em mim
Meu abismo
Meu abrigo
Sei
Para onde
Fugir
Sei
Por onde escapar
Conheço
Meu silêncio
E o que há
Em meus pensamentos
Meu abismo
Meu abrigo
Meu fundo de mim

29 de mar. de 2011

“Me beija”

Me beija
Depois
Me cospe
Na boca
Que beijou
E salivou
E fez querer
Me beija
Sempre
Assim
Como força
Para machucar
Meus lábios
E fazer
Sangrar
Minha língua
Para eu
Não esquecer
Teu beijo
Me beija
Depois
Limpa
A minha saliva
E depois
Ainda diz
Por cima
Que tudo foi engano
Me beija
Pra depois cuspir na boca que beijou

“Maluco beleza”

Já fui
Doido
Já fui maluco
Beleza
Bebia
Fumava
Curtia a natureza
Andar
Pelado
Dentro
De casa
Nadar
Na água fria
Da cachoeira
Era livre
De tudo
Andava por aí
Vivendo
A vida
Fazendo amigos
Vivendo
Sem medo
O amor que existia em mim
Já fui
Doido
Já fui
Maluco beleza
Já fui de verdade
A minha mentira de hoje

“Mal nenhum”

Não te quero
Mal nenhum
Já nem
Sei
Se te quero
Bem
Ou se quero
Apenas
Minha
Não te quero
Amanhã
Feito
Sombra
E não te quero
Hoje
Com culpa
Te quero
Sempre
Como sempre
Te quis
Te quero bem
Não te quero mal
Mal nenhum
E que fique
Como sempre
Esteve
Intacto
Em mim
Insensato em ti

“Mal de amor”

Esse
Mal de amor
Que não tem cura
Esse
Mal de amor
Que sempre
Me busca
E me tortura
Devagar
A alma
Esse mal
De amor
Que não passa
Esse
Mal de amor
Que não
Sara
E me corroi
Como ácido
E me deixa
Aberto
Para as hienas
Do meu destino
Esse mal
De amor
Me consome
Vá eu
Para onde for

“Mais uma vez”

Mais uma vez
Fiz
O que não poderia
Ter feito
Mais
Uma vez
Cai
Na desgraça
Dos meus pensamentos
E cedi
Aos impulsos
Proibidos
Mais
Uma vez
Chorei
Sozinho
A dor
Que eu provoco
Em mim
Mais uma vez
Dei minha
Cara
Para o destino
Esmurrá-la
Mais uma vez
Me senti
Sozinho
Como nos velhos
Tempos de solidão

“Luz da madrugada”

Essa luz
Essa luz
Da madrugada
Não me cega
Mais
Meu olhos
Doentes
Já não
Sentem
Mais
A dor
Da solidão
Que vejo
Essa luz
Essa luz
Da madrugada
Não assusta
Mais meus medos

Não tenho
Medo
Das sombras
Desses
Corpos
Nu
Jogados
A sorte
Sob
A luz da madrugada

26 de mar. de 2011

“Lua cheia”

A lua
Está cheia
De mim
Das minhas
Incongruências
Dos meus
Sonhos
Irreais
A lua
Está
Cheia
Das minhas
Babaquices
Dos meus
Pensamentos
Sem sentido
A lua
Está
Cheia dos
Meus martírios
Não suporta mais
Me carregar
Nas costas
Não suporta mais
Minha embriaguez
A lua
Cheia
Se apagou
Se escondeu de mim

“Hora deserta”

Escuto
Meu silêncio
Percebo
Minha hora
Deserta
E o coração
Em desatino
E dor
Dilacerando
Minha vida
Escuto
Meu silêncio
Minha hora
Deserta

Não mais em
Mim
Sorrisos
Já não mais
Em mim
Vontade
De voltar
Caminho
No meu sertão
Pés nos chão
Em minha
Hora sempre deserta
Nessa sempre minha solidão

“Girassóis da noite”

Essas mulheres
Essas putas
Nas esquinas
Girassóis
Da noite
Que já não encanta
Mais
Nem seduz
Mulheres
De corpos
Nus
De seios
Tortos
De boca
Azedas
Mortas
Essas mulheres
Jogadas
Ao relento
Essas putas
Vestidas
De nada
Girassóis
Da noite
Da noite
Exposta como
Carne exposta
Aos vermes
Aos comedores de carniça

“Eu não embarco nessa onda”

Minha canoa
É furada
Eu não embarco
Nessa onda
Eu não sei
Nadar
Nem flutuar
Nesse espaço
De águas
Salgadas
Minha canoa
Vive
A deriva
Sem cais
Sem porto
Sem vela
Eu não embarco
Nessa onda
Não quero
Mais
Nada
Quero ficar
No meu mar
A deriva
Na minha canoa
Furada
Na minha vida
Na minha triste vida
De tantas alegrias contidas

“Esse mundo que eu vivo”

Esse mundo
Que eu vivo
É diferente
É distante
É consoante
Não é plural

Tem um verbo
Só tem
Um tempo
Um olhar
Um céu
E uma estrela
Esse mundo
Que eu vivo
É de flores
Não tem anos
Não tem horas
Nem espaço
Certo
É feito de noites
Que não terminam
E dias
Que nunca vem
Esse mundo
Que eu vivo
É feito
Só de mim
E de minhas loucuras

“Essa noite não”

Essa noite
Não
Será
Diferente
De todas
As noites
Não
De noites
As noites
Que sonhei
Em vão
De todas
As noites
Que não tive
Ninguém
Noites não
Solitárias
Em que me consumi
E me consumo
Noites
Não
Sem lembranças
Essa é mais
Uma noite
Não
Como todas
As outras
Que não serão
Noites sim, noites não

“Essa noite”

Essa noite
Quero
Ficar bêbado
E falar
O que sempre
Calei
Essa noite
Que ficar
Nu
De frente
Para o espelho
E rir
Da minha desgraça
Essa noite
Quero
Ficar sozinho
Escutando
Apenas
O silêncio
Da minha vida
Essa noite
Quero chorar
Toda minha dor
Até que não reste
Nada
Até que não sobre
Nada de mim
Essa noite
Noite sem fim

“Esfinge de estilhaços”

Me fere
Sempre
Me lança
Dardos
Farpas
Sempre
Me faz em pedaços
Fico
Jogado
Na rua
Despedaçado
Feito
Bêbado
Sem rumo
Esfinge de estilhaços
Passa
Por mim
E não finges
Não me ver
Me fere
Com teu olhar
Gelado
Não me dizes
Nada
Que possa me fazer
Renascer
Esfinge de estilhaços
Dona do meu ser
Me fere sempre, me mata

“É tudo pose”

Por que
Não assume
Que me quer
Por que
Fica ai
Bancando
A difícil
Em cima
Do muro
Por que não vem
E me rasga
A roupa
Por que
Não vem
E me cala a boca
Com teu beijo
Cheio
De veneno
É tudo pose
Teu silêncio
Tua distância
É na verdade
Medo
Da verdade
De dizer
O que sente
Por que não
Assume de vez
O que sente

“E o vento levou”

E o vento
Levou
De mim
Teu nome
Tua história
E apagou
Minha memória
E o vento
Levou
Tuas folhas
Rabiscadas
Teus versos
Teu perfume
E não deixou
Que ficasse
Nada em seu
Lugar
Nada substituiria
Tua presença
E tuas
Palavras
Ainda que calada
E o vento
Levou
De vez
Tudo de ti
De mim
Nada ficou
Só o vento restou

“Doce vida”

Que me importa
O que já
Vivi
Vivi demais
Tantos desamores
Desencontros
Mortes
Que me importa
O que ainda
Hei de viver
A vida
Sempre
Me foi doce
E sempre
Me será
Porque não
Quero
Nada mais
Do que ela
Me dá
Porque não peço
Mais
Nada do que mereço
Que me importa
Meu ontem
Ou meu amanhã
A vida
Me é doce
Hoje

“Do amor”

Do amor
Virei
Escravo

Não sei
Mais viver
Sem senti-lo

Não sei
Mais
Encontrar-me
Sem
Teus passos
Fiz
Do amor
Meu escudo
Minha arma
Minha casa
Meu segredo
Fiz
De tudo
Para que ele
Não se perdesse
E nem eu
Sem ele
Sentisse-me perdido
Do amor
Virei
Esboço

“Dilema”

Fico
Na corda
Bamba
Querendo
Te encontrar
Sem poder
Querendo
Te ver
Sem te encontrar
Não se te
Esqueço
Ou grito
Por aí
Teu nome
Para que o mundo
Inteiro
Saiba
Fico entre
O sim
E o não
Entre o ódio
E o amor
Fico
Entre ir
E parar de vez
E tu
Sempre
No meio
Do meu caminho

“Deusa do amor”

És a
Deusa
Do amor
Do amor
Que sinto
Talvez
Não sejas
Nada disso
Mulher
Comum
Fantasiada
De desejo
És a
A deusa
A deusa
Inconfessa
Dos meus sonhos
És
Quem em faz
Suspirar
Ainda que vivo
És
Ainda quem
Faz-me viver
Depois de morto
És a mulher
Fantasiada
De amor
E eu de louco sonhador

“Depois das duas”

Depois das duas
Quando
O sono
Chega forte
E não consigo
Mais pensar
Em nada
Ainda
Penso
Em você
Depois
Que durmo
Depois das duas
O que sonho
E não sonhar
Mais você
Porque sempre
Choro
Porque sempre
Acordo
Assustado
Cheio de uma saudade
Que rasga
Meu coração
Depois das duas
Lá pelas tantas
Da manhã
Ainda perambulo
Em busca de paz

“Das tripas coração”

Vou te deixar
Não vou mais
Te procurar
Vou sofrer
Eu sei
Vou
Fazer das tripas
Coração
Vou me doar
Para outra dor
Vou sofrer
Por um
Outro motivo
Vou te deixar
Em paz
Não vou
Mais
Me iludir
Nem mais
Confundir
Sentimentos
Nem jogar
Meus sentimentos
Fora
Vou te deixar
Vou fazer
Das tripas coração
E de você
Saudade apenas

25 de mar. de 2011

AMÉM

[i]Senhor meu Deus
Sabes tudo de mim
O que sinto
O que penso
E sabes que não tenho
Força para lutar
Sozinho
Preciso da tua ajuda
Para me livrar
Dessa dor
Para me livrar
Deste amor injusto
Ajude-me
A superar como sempre
Superei
Não posso fazer
Sofrer
Quem está do
Meu lado
Então meu Deus
Que sofra eu
Calado
Faz-me forte
Faz com que eu resista...

Amém

23 de mar. de 2011

“A natureza dos lobos”

Lobos
Não gostam
Lobos
Na amam
Lobos
Anda só
São
Da noite
São do dia
Lobos
Não enfeitam
Não latem
Uivam
Certezas
Lobos
São homens
Mulheres
São anjos
Vestem-se
Da noite
Bebem
Do sangue
A água fresca
Lobos
Não se iludem
Não se espantam
Não se encantam
Matam
Morrem