em mim
está agonia
esta vontade
de ficar
em mim recluso
sem forças
para reagir
sem poder
desistir
do que não quero
sem poder
deixar
para trás
o que me faz
essa agonia
de estar
onde não quero
estar
essa tristeza
de ter que ir
querendo ficar
em qualquer lugar
em mim
o desespero calado
implícito
mortal
calar
querendo gritar
gritando
quando o certo
era não mais
mais nada
em mim
o desterro
o descaso
de ir
querendo ficar
28 de out. de 2017
NOSSO AMOR
bom
ainda
te reencontrar
viva em mim
esbelta
toda
linda e formosa
como
sempre
misteriosa
intacta
forte
e ainda assim
delicada
bom
poder te sentir
e saber
que nosso amor
ainda
está incólume
vivo
protegido
nosso
de um lado
eu poeta
do outro lado
tu, poesia...
ainda
te reencontrar
viva em mim
esbelta
toda
linda e formosa
como
sempre
misteriosa
intacta
forte
e ainda assim
delicada
bom
poder te sentir
e saber
que nosso amor
ainda
está incólume
vivo
protegido
nosso
de um lado
eu poeta
do outro lado
tu, poesia...
MADRUGADA
madrugada
como antes
deixa-me
escrever
em teu ventre
minhas poesias
deixa-me
madrugada
adormecer em teus fartos seios
ama-me
sem pressa
e devolve
o que o tempo
tirou de mim
faz-me teu
amante
mais voraz
teu súdito
ama-me
no silêncio das palavras mortas
e deixa
que o amanhecer
e o dia
sejam de momento
meu sepulcro
BEIJA MINHA BOCA
vem
enche
teus lábios
de batom
e me beija
enche
tua boca de saliva
e mata
minha sede
de tua língua
vem
abraça
meu corpo
cansado de vida
e enche
de amor
minha'lma
vem
faz de mim
teu leito
e ama
todo o amor
que te dou
assim
ficarás em mim
e para sempre
ficarei em ti
vem
enche de batom
teus lábios
e me beija
enche
teus lábios
de batom
e me beija
enche
tua boca de saliva
e mata
minha sede
de tua língua
vem
abraça
meu corpo
cansado de vida
e enche
de amor
minha'lma
vem
faz de mim
teu leito
e ama
todo o amor
que te dou
assim
ficarás em mim
e para sempre
ficarei em ti
vem
enche de batom
teus lábios
e me beija
27 de out. de 2017
DIFERENÇAS IGUAIS
quem
é igual
a quem
em que
em nada
únicos
ainda que loucos
ou normais
fanáticos
ou solitários
amantes
ou amados
diferenças iguais
sem pele
sem cor
faces
correndo
rastejando pelas ruas
esgostos
casas
palácios
iguais
em que
onde
é igual
a quem
em que
em nada
únicos
ainda que loucos
ou normais
fanáticos
ou solitários
amantes
ou amados
diferenças iguais
sem pele
sem cor
faces
correndo
rastejando pelas ruas
esgostos
casas
palácios
iguais
em que
onde
OLHARES
olhares
em bares
bocas
anônimas
não há paixão
nem amor
nem desejo
olhares
interpretações
vulgares
noites vazias
camas
lençóis rasgados
copos
vazios
cigarros
corpos
sem roupa
olhares
beijos na boca
sexo
sem paixão
sem amor
em bares
bocas
anônimas
não há paixão
nem amor
nem desejo
olhares
interpretações
vulgares
noites vazias
camas
lençóis rasgados
copos
vazios
cigarros
corpos
sem roupa
olhares
beijos na boca
sexo
sem paixão
sem amor
MENTIRAS
gosto
das mentiras
que invento
gosto
das mulheres
perfeitas
que escrevo
em meus poemas
gosto
dos romances
sem pé
e cabeça
gosto
dos meus labirintos
e dos meus
tantos porres
de água mineral
suco
ou qualquer refrigerante
gosto
de mentir
sobre os super-hérois
sobre o amor
a paixão
sobre tudo aquilo
que invento
das mentiras
que invento
gosto
das mulheres
perfeitas
que escrevo
em meus poemas
gosto
dos romances
sem pé
e cabeça
gosto
dos meus labirintos
e dos meus
tantos porres
de água mineral
suco
ou qualquer refrigerante
gosto
de mentir
sobre os super-hérois
sobre o amor
a paixão
sobre tudo aquilo
que invento
26 de out. de 2017
É PRECISO
é preciso
gritar
para não enlouquecer
toda
alma
precisa
deste escape
é preciso
correr
não dá para ficar
parado
os inimigos
te engolem
a vida te massacra
é preciso
cuspir
o veneno
deixar
que tudo escorra
para fora
abrir
a torneira
é preciso algo que lhe
de prazer
nem que o prazer maior
seja morrer
gritar
para não enlouquecer
toda
alma
precisa
deste escape
é preciso
correr
não dá para ficar
parado
os inimigos
te engolem
a vida te massacra
é preciso
cuspir
o veneno
deixar
que tudo escorra
para fora
abrir
a torneira
é preciso algo que lhe
de prazer
nem que o prazer maior
seja morrer
PARASITA
jamais
serei
parasita
desta minha vida
não
posso ficar
parado
olhando
minha vida
passar
por mim
não
posso deixar
que o destino
conduza minha vida
tenho as rédeas
em minha mão
sei para onde ir
e mesmo que me falte
forças para seguir
continuarei
a remar
jamais
ficarei
olhando
os pássaros
sem fazer nada
a não ser voar
ao seu encontro
serei
parasita
desta minha vida
não
posso ficar
parado
olhando
minha vida
passar
por mim
não
posso deixar
que o destino
conduza minha vida
tenho as rédeas
em minha mão
sei para onde ir
e mesmo que me falte
forças para seguir
continuarei
a remar
jamais
ficarei
olhando
os pássaros
sem fazer nada
a não ser voar
ao seu encontro
VOU TE ABRAÇAR
vou
te abraçar
até que
seu corpo
se fundir
como meu
até que eu
possa respirar
através
de seus pulmões
vou
te abraçar
e deixar
em meu corpo
teu cheiro
as marcas dos teus poros
em minha pele
ficarás
em mim
e parte
de mim
em ti
para que me sintas
quando a saudade apertar
te abraçar
até que
seu corpo
se fundir
como meu
até que eu
possa respirar
através
de seus pulmões
vou
te abraçar
e deixar
em meu corpo
teu cheiro
as marcas dos teus poros
em minha pele
ficarás
em mim
e parte
de mim
em ti
para que me sintas
quando a saudade apertar
DOR
não fale
que conhece
minha dor
que passou
por este caminho
por este tormento
nenhuma dor
é igual
a nenhuma outra dor
nenhum
caminho
é igual
a outro caminho
nenhuma palavra
proferida
nenhum amor
quicá uma dor
não me fale
que sabe de mim
nem me indique
remédios
quero apenas o silêncio
que também me dói a alma
que conhece
minha dor
que passou
por este caminho
por este tormento
nenhuma dor
é igual
a nenhuma outra dor
nenhum
caminho
é igual
a outro caminho
nenhuma palavra
proferida
nenhum amor
quicá uma dor
não me fale
que sabe de mim
nem me indique
remédios
quero apenas o silêncio
que também me dói a alma
FICAR
quero
apenas
ficar
onde estou
vivendo
meus silêncios
e esta minha dor
quero
apenas
o barulho
do vento
batendo a minha
porta
se eu fosse ele
o vento
ficaria mesmo
do lado
de fora
não sou boa companhia
quero
ficar
entre meus papéis
em branco
e a poeira que se acumula
em mim
todos os dias
quero
apenas
ficar com o resto
que sobrou de mim
apenas
ficar
onde estou
vivendo
meus silêncios
e esta minha dor
quero
apenas
o barulho
do vento
batendo a minha
porta
se eu fosse ele
o vento
ficaria mesmo
do lado
de fora
não sou boa companhia
quero
ficar
entre meus papéis
em branco
e a poeira que se acumula
em mim
todos os dias
quero
apenas
ficar com o resto
que sobrou de mim
24 de out. de 2017
DE REPENTE
de repente
a gente
gosta
a gente
quer
a gente
sente
de repente
coração dispara
boca resseca
mãos ficam suadas
faltam
palavras
borboletas
fazem bagunça
e tudo
dentro de nós para
de funcionar
de repente
a gente
se perde
pensando
e sentindo tudo demais
quer ir
quer fugir
e se refugiar
nos braços que abraçam
e nas bocas
que se beijam
de repente
o corpo pede o corpo
e alma
chama a alma
a gente
gosta
a gente
quer
a gente
sente
de repente
coração dispara
boca resseca
mãos ficam suadas
faltam
palavras
borboletas
fazem bagunça
e tudo
dentro de nós para
de funcionar
de repente
a gente
se perde
pensando
e sentindo tudo demais
quer ir
quer fugir
e se refugiar
nos braços que abraçam
e nas bocas
que se beijam
de repente
o corpo pede o corpo
e alma
chama a alma
22 de out. de 2017
HOJE
hoje
acordei
com uma vontade
enorme
de não acordar
eu não
queria morrer
não
ainda existe
vida demais em mim
e muita coisa
para se fazer
muitas árvores
para serem plantadas
e muitos livros
para serem escritos
hoje
acordei
querendo ficar
exatamente onde
estava
sem perspectivas
ou expectativas
queria
ficar ali
coberto até os olhos
desligado de tudo
sem pressa
e sem nenhum porque
hoje
pedi
que tudo passasse
em câmera lenta
que o tempo
fosse generoso
e ficasse ali
deitado
entre tantos lençois
não queria
fazer nada
apenas
não pensar
naquilo que não quero fazer
acordei
com uma vontade
enorme
de não acordar
eu não
queria morrer
não
ainda existe
vida demais em mim
e muita coisa
para se fazer
muitas árvores
para serem plantadas
e muitos livros
para serem escritos
hoje
acordei
querendo ficar
exatamente onde
estava
sem perspectivas
ou expectativas
queria
ficar ali
coberto até os olhos
desligado de tudo
sem pressa
e sem nenhum porque
hoje
pedi
que tudo passasse
em câmera lenta
que o tempo
fosse generoso
e ficasse ali
deitado
entre tantos lençois
não queria
fazer nada
apenas
não pensar
naquilo que não quero fazer
21 de out. de 2017
INTIMISTA
deixa-me
acreditar
em tuas mentiras
deixa-me
ser intimo
desta tua alma
deixa-me
conhecer
os teus caminhos
deixa-me
em teus cantos escuros
intimista
destas
tuas ilusões
dançaremos
despojados
de tudo
ao ritmo descompassado
de corações
que já
não se conhecem mais
acreditar
em tuas mentiras
deixa-me
ser intimo
desta tua alma
deixa-me
conhecer
os teus caminhos
deixa-me
em teus cantos escuros
intimista
destas
tuas ilusões
dançaremos
despojados
de tudo
ao ritmo descompassado
de corações
que já
não se conhecem mais
DAQUI A POUCO
daqui
a pouco
não serei mais
nada
pedaço
de papel
amassado
no canto da sala
meus cds
estaram quebrados
e haverá
pó em tudo o que um dia
foi meu
meu amor
irá chorar
as lâmpadas
do meu caminho
apagadas
daqui
a pouco
não haverá
nem lembranças
nem saudades
e ainda
assim
meu amor
irá chorar
de saudade
de desamor
a pouco
não serei mais
nada
pedaço
de papel
amassado
no canto da sala
meus cds
estaram quebrados
e haverá
pó em tudo o que um dia
foi meu
meu amor
irá chorar
as lâmpadas
do meu caminho
apagadas
daqui
a pouco
não haverá
nem lembranças
nem saudades
e ainda
assim
meu amor
irá chorar
de saudade
de desamor
NOITES
fico
me remoendo
em tuas noites
e em teu escuro
fico
rondando
suas sombras
e alimentando-me
dos teus sonhos
fico
na tua inércia
no teu descaso
nas ruas
contra-mão
nos becos
sem saída
fico
feito mariposa
em busca de luz
fico
no vácuo
no silêncio
nas tuas tantas noites
sem mim
me remoendo
em tuas noites
e em teu escuro
fico
rondando
suas sombras
e alimentando-me
dos teus sonhos
fico
na tua inércia
no teu descaso
nas ruas
contra-mão
nos becos
sem saída
fico
feito mariposa
em busca de luz
fico
no vácuo
no silêncio
nas tuas tantas noites
sem mim
LOUCURA
há
loucura
no teu olhar
há
fome
em teus gestos
e nisso
tudo
me escondo
e nisso
tudo
meu refúgio
há
na loucura
do teu olhar
o belo
o indecifrável
o mistério
há
na fome
dos teus gestos
partes
do que nunca serei
e neles
hei de ficar
recluso
em tua voz calada
nas noites
seremos
inteiros
e na morte
sós
loucura
no teu olhar
há
fome
em teus gestos
e nisso
tudo
me escondo
e nisso
tudo
meu refúgio
há
na loucura
do teu olhar
o belo
o indecifrável
o mistério
há
na fome
dos teus gestos
partes
do que nunca serei
e neles
hei de ficar
recluso
em tua voz calada
nas noites
seremos
inteiros
e na morte
sós
NÃO POSSO
não posso
morrer
neste meu labirinto
não posso
me permitir
viver sem amar
sem a paixão que condena
sem o vício
que mantêm vivo
não posso
viver de rascunhos
nem de meias palavras
muito
menos de falsos amores
não posso ficar
querendo ir
não posso calar
com tantas palavras
pressas na garganta
serei
mais um entre tantos
mortos vivos
morrer
neste meu labirinto
não posso
me permitir
viver sem amar
sem a paixão que condena
sem o vício
que mantêm vivo
não posso
viver de rascunhos
nem de meias palavras
muito
menos de falsos amores
não posso ficar
querendo ir
não posso calar
com tantas palavras
pressas na garganta
serei
mais um entre tantos
mortos vivos
FRATURA EXPOSTA
eu sou
fratura exposta
ferida aberta
o que posso fazer
é proteger
o mundo todo de mim
isolar-me
em meus conflitos
e em meus
tantos
papéis em branco
eu sou
o desalento
o pecado
a incoerência
o que posso fazer
é ficar em meus espinhos
é deixar-me
ressecado
ao sol
é deixar
que qualquer chuva
me arraste
é deixar
que o mar
de tudo o que sinto
me afogue
fratura exposta
ferida aberta
o que posso fazer
é proteger
o mundo todo de mim
isolar-me
em meus conflitos
e em meus
tantos
papéis em branco
eu sou
o desalento
o pecado
a incoerência
o que posso fazer
é ficar em meus espinhos
é deixar-me
ressecado
ao sol
é deixar
que qualquer chuva
me arraste
é deixar
que o mar
de tudo o que sinto
me afogue
TEMPO
o tempo
roubou
de mim
minha vitalidade
meu vigor
minha capacidade de amar
só não roubou
minhas memórias
meus crimes
meus pecados
o tempo
deixou todas as
feridas expostas
de algumas fez cicatrizes
de outras
eternidade
o tempo
machucou
e curou
passou e
ficou
roubou
de mim
minha vitalidade
meu vigor
minha capacidade de amar
só não roubou
minhas memórias
meus crimes
meus pecados
o tempo
deixou todas as
feridas expostas
de algumas fez cicatrizes
de outras
eternidade
o tempo
machucou
e curou
passou e
ficou
19 de out. de 2017
DETALHES TEUS
gosto
dos detalhes teus
em mim
do detalhes teus
espalhados
pela casa
gosto
dos detalhes teus
em tudo
o que faço
pelas ruas
nas estrelas
do céu da minha boca
gosto
do teu jeito
despojado
de gostar
gosto
deste teu jeito
avesso de amar
ainda
que saia
de mim
ficará em mim
todos os detalhes teus
dos detalhes teus
em mim
do detalhes teus
espalhados
pela casa
gosto
dos detalhes teus
em tudo
o que faço
pelas ruas
nas estrelas
do céu da minha boca
gosto
do teu jeito
despojado
de gostar
gosto
deste teu jeito
avesso de amar
ainda
que saia
de mim
ficará em mim
todos os detalhes teus
17 de out. de 2017
CLARIDADE
Não
gosto
De sentar
E pensar
No que
vou escrever
Gosto
Da claridade
Dos
meus entendimentos
Preciso
Desta
minha conexão
Com
minha alma
Com
meus sentimentos
Não
gosto
Que
forçar
Meus
pensamentos
E
escrever
Por
escrever
Gosto
das palavras
Com
gosto
Com
verdades
Rasgadas
Ainda
que sejam sempre as mesmas
Gosto
Da
claridade
Das
minhas tantas noites
Mal
dormidas
Não
gosto de escrever
Quando
não sinto nada
E ultimamente
Tenho
sentido tudo
Menos
nada
ABISMO
Há tempos
Venho
caindo
Tentando
me agarrar
Em nada
Há tempos
Este
meu abismo
Vem
engolindo
Tudo
o que sou
Tirando
Tudo
de mim
Fazendo
com que me sinta
Assim
O próprio
abismo
Quero
parar de cair
Mesmo
que morra estatelado
No chão
Melhor
a morte
Do que
está incerteza
Deste
poço sem fim
Vivo
Caindo
assim
Neste
meu abismo de mim
11 de out. de 2017
POÉTICAS
noites e mulheres
sempre exerceram sobre mim,
um profundo e amplo fascínio. O lado poeta
sempre aflorava e as poesias
fluíam por um rio de fortes correntezas... Dois seres misteriosos
e complexos... Profundos e sedutores...
A noite com o poder de hipnotizar, de acalmar, embriagar e abraçar
meus sonhos e desejos.
A mulher
com seus sentidos aflorados,
sua malícia, seus beijos lascivos, sua maldade,
seu perfume, seus pecados,
sempre fizeram de mim,
escravo.
Drogas
que eu precisava para escrever.
Iludido
e alucinado queria
que elas me dessem tudo
o que a realidade tirava de mim.
Mergulhava
nestas águas, convicto de que, por saber nadar,
não me afogaria.
Então,
o tempo foi passando
e o que me encantava. começou
a me causar desconforto,
medo e insegurança.
Elas passaram a ficar frias e já
não exerciam
o mesmo domínio e fascínio sobre
meus pensamentos.
As poesias
foram ficando escassas. O que era belo
se modificou...
As águas mornas
e reconfortantes me colocaram
a deriva.
Comecei
a me afogar nas águas
que eu conhecia...
Então vesti a triste armadura da realidade.
A noite
perdeu sua magia
e a mulher perdeu seu encanto
ou eu apenas,
depois de tanto tempo,
deixei que toda essa ilusão
não me cegasse mais.
Tratei
de colocar tudo em seu devido lugar.
As
noites
lá fora do meu mundo
e as mulheres
como poesias
que outros poetas iludidos,
iriam
continuar a escrevê-las...
sempre exerceram sobre mim,
um profundo e amplo fascínio. O lado poeta
sempre aflorava e as poesias
fluíam por um rio de fortes correntezas... Dois seres misteriosos
e complexos... Profundos e sedutores...
A noite com o poder de hipnotizar, de acalmar, embriagar e abraçar
meus sonhos e desejos.
A mulher
com seus sentidos aflorados,
sua malícia, seus beijos lascivos, sua maldade,
seu perfume, seus pecados,
sempre fizeram de mim,
escravo.
Drogas
que eu precisava para escrever.
Iludido
e alucinado queria
que elas me dessem tudo
o que a realidade tirava de mim.
Mergulhava
nestas águas, convicto de que, por saber nadar,
não me afogaria.
Então,
o tempo foi passando
e o que me encantava. começou
a me causar desconforto,
medo e insegurança.
Elas passaram a ficar frias e já
não exerciam
o mesmo domínio e fascínio sobre
meus pensamentos.
As poesias
foram ficando escassas. O que era belo
se modificou...
As águas mornas
e reconfortantes me colocaram
a deriva.
Comecei
a me afogar nas águas
que eu conhecia...
Então vesti a triste armadura da realidade.
A noite
perdeu sua magia
e a mulher perdeu seu encanto
ou eu apenas,
depois de tanto tempo,
deixei que toda essa ilusão
não me cegasse mais.
Tratei
de colocar tudo em seu devido lugar.
As
noites
lá fora do meu mundo
e as mulheres
como poesias
que outros poetas iludidos,
iriam
continuar a escrevê-las...
9 de out. de 2017
LUTO
meu coração
anda
descompassado
bate
sem ritmo
sem pressa
meu coração
está
de luto
pela flor
morta no meu jardim
ali
desfalecida
murcha
caída
sem a beleza que antes
era somente sua
ando
de luto
sem ver mais
a beleza
que havia
flores
morrem
pessoas
morrem
e sempre haverá
algo que fica
lembranças
vestígios das flores
mortas
do perfume
das pétalas
anda
descompassado
bate
sem ritmo
sem pressa
meu coração
está
de luto
pela flor
morta no meu jardim
ali
desfalecida
murcha
caída
sem a beleza que antes
era somente sua
ando
de luto
sem ver mais
a beleza
que havia
flores
morrem
pessoas
morrem
e sempre haverá
algo que fica
lembranças
vestígios das flores
mortas
do perfume
das pétalas
TRISTEZA
ando
triste
e essa tristeza
não tem mais fim
é como se faltasse
no meu dia a dia
um pedaço de mim
o sol
não esquenta
mais
nem o vento
refresca
nem a chuva aliva
essa minha dor
mas quem é que
se importa
cada um fechado
em seu próprio martírio
fechado
em seu próprio casulo
ando triste
sem vontade de seguir
vivendo
entre mentiras
e verdades
que o tempo me conta
nada mais
é igual
nada mais tem a mesma
graça
de antes
triste
e essa tristeza
não tem mais fim
é como se faltasse
no meu dia a dia
um pedaço de mim
o sol
não esquenta
mais
nem o vento
refresca
nem a chuva aliva
essa minha dor
mas quem é que
se importa
cada um fechado
em seu próprio martírio
fechado
em seu próprio casulo
ando triste
sem vontade de seguir
vivendo
entre mentiras
e verdades
que o tempo me conta
nada mais
é igual
nada mais tem a mesma
graça
de antes
5 de out. de 2017
ME DEIXA
por que
não me deixa
ir
por que
me manda
embora
depois
me chama de volta
por que
me deixa
quando também
fico em silêncio
e me afasto
por que
não confessa
que também me segue
que também
me olha
e também me sonha
por que
me deixa
pensar
tantas bobagens
me cerca
me doma
me laça
me encanta
por que
vai e volta
e deixa
e me chama de volta
não me deixa
ir
por que
me manda
embora
depois
me chama de volta
por que
me deixa
quando também
fico em silêncio
e me afasto
por que
não confessa
que também me segue
que também
me olha
e também me sonha
por que
me deixa
pensar
tantas bobagens
me cerca
me doma
me laça
me encanta
por que
vai e volta
e deixa
e me chama de volta
TANTOS DIAS
tantos dias
que veste
de silêncio
e o que oferece
é apenas
a sombra
deste teu sol
tem dias
tantos dias
que há nuvens
que pairam
tentando camuflar
teus sentimentos
tens dias
tantos dias
que não sinto
teu perfume no vento
então
sigo
os rastros
do teu silêncio
para que não perca
nada de ti
tantos dias
ocos
e sem fim
4 de out. de 2017
SENSAÇÕES
de onde
vem
essas sensações
essas
sensações
que nos arrastam
por caminhos
quase
que intransponíveis
de onde
vem
essa vontade
esse querer
será
que tudo
isso
pertence
só a mim
será que é loucura
de todos os que escrevem
será
invenção
tudo o que o penso
sentir
essas sensações
que se arrastam
e ficam
e calam coração
e fazem os dias
serem eternos
vem
essas sensações
essas
sensações
que nos arrastam
por caminhos
quase
que intransponíveis
de onde
vem
essa vontade
esse querer
será
que tudo
isso
pertence
só a mim
será que é loucura
de todos os que escrevem
será
invenção
tudo o que o penso
sentir
essas sensações
que se arrastam
e ficam
e calam coração
e fazem os dias
serem eternos
POUCO SEI
pouco
sei
sobre quem és
nada sei
do teu passado
das tuas histórias
dos teus erros
medos
pouco
sei
por onde andou
quais
são tuas cicatrizes
mágoas
ou sei lá o que
pouco
sei
mas que importa
o que passou
por onde andou
quem amou
quem foi
ontem
deixando espinhos
em todos os nós
o pouco que sei
me basta
para que possa sonhar
teus sonhos
mesmo sabendo
que pouco sei
passou
sei
sobre quem és
nada sei
do teu passado
das tuas histórias
dos teus erros
medos
pouco
sei
por onde andou
quais
são tuas cicatrizes
mágoas
ou sei lá o que
pouco
sei
mas que importa
o que passou
por onde andou
quem amou
quem foi
ontem
deixando espinhos
em todos os nós
o pouco que sei
me basta
para que possa sonhar
teus sonhos
mesmo sabendo
que pouco sei
passou
EU SEI
eu sei
que gosta
de mim
sei
também
que pensa
em mim
mesmo
que negue
e vai negar
eu entendo
sei dos medos
dos tantos medos
que existem
mas eu sei
eu sinto
nas palavras
em cada palavra dita
me sente
e eu te sinto
sei
que pensa
em mim
porque já fomos
e voltamos
tantas vezes
e nunca ficamos
longe de nós
que gosta
de mim
sei
também
que pensa
em mim
mesmo
que negue
e vai negar
eu entendo
sei dos medos
dos tantos medos
que existem
mas eu sei
eu sinto
nas palavras
em cada palavra dita
me sente
e eu te sinto
sei
que pensa
em mim
porque já fomos
e voltamos
tantas vezes
e nunca ficamos
longe de nós
EM MIM
estás
em mim
no meu silêncio
nos meus pensamentos
na minha insanidade
no meu jeito
de querer
e de sentir
está nas minhas poesias
e nas minhas madrugadas
estás
nas músicas
que ouço
no vento que sopra
no sol
e nas tardes de chuva
estás
em mim
em tudo de mim
na minha culpa
e no meu pecado
estás
e estarás
em todas as primaveras
és semente
que o destino
plantou em meu jardim
em mim
no meu silêncio
nos meus pensamentos
na minha insanidade
no meu jeito
de querer
e de sentir
está nas minhas poesias
e nas minhas madrugadas
estás
nas músicas
que ouço
no vento que sopra
no sol
e nas tardes de chuva
estás
em mim
em tudo de mim
na minha culpa
e no meu pecado
estás
e estarás
em todas as primaveras
és semente
que o destino
plantou em meu jardim
POR QUE
por que
não podemos
sentar
num banco de praça
e conversar
por que
não podemos
andar
lado a lado
sem a preocupação
da vida
que fica
do lado de fora de nós
por que
não podemos
rir
dos nossos absurdos
amanhã
a vida
acaba
e depois restará
a saudade
e a lembrança
por que
não podemos
esquecer
por um instante
nossos problemas
amanhã
a vida acaba
e restará
o sopro de um momento
bom
não podemos
sentar
num banco de praça
e conversar
por que
não podemos
andar
lado a lado
sem a preocupação
da vida
que fica
do lado de fora de nós
por que
não podemos
rir
dos nossos absurdos
amanhã
a vida
acaba
e depois restará
a saudade
e a lembrança
por que
não podemos
esquecer
por um instante
nossos problemas
amanhã
a vida acaba
e restará
o sopro de um momento
bom
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