este mar
de amar
de amor
de querer estar
sentir
este mar
esta imensidão
que nos afoga
nossas ondas
nossos ventos
nossas mares
tem horas
que ficamos
em silêncio
tem horas
que gritamos
tem horas
que estamos
vivos na distância
este mar
que nos faz tão
íntimos
amantes
e amados
nos mesmos sonhos
nos mesmos laços
21 de out. de 2018
14 de out. de 2018
INÉRCIA
agora
estou na inércia
de
qualquer
sentimento
antes
eu queria amar
precisava
estar apaixonado
era necessidade
um vício
qualquer latrina
me encantava
estúpido
aceitava todo amor
era amor
mentiras
INSTINTO
pode vir
sorrindo
esfregar
teus seios
em meu rosto
qualquer
reação
será instinto
ainda sou
o mesmo animal
escravo do meu instinto
do meu faro
nenhum sentimento
nada de mim
somente a saliva
ácida
nesta tua alma
flácida
sorrindo
esfregar
teus seios
em meu rosto
qualquer
reação
será instinto
ainda sou
o mesmo animal
escravo do meu instinto
do meu faro
nenhum sentimento
nada de mim
somente a saliva
ácida
nesta tua alma
flácida
ORGASMO
eu
queria sentir
fazer
voar
queria fazer estremecer
dar prazer
fazer
era oco, vazio
voltava
sem nunca ter ido
amava
sem nunca ter
amado
vazio
cheio de um amor
vazio
vagabundo
porco
chafurdando
nas lama de pernas abertas
queria sentir
fazer
voar
queria fazer estremecer
dar prazer
fazer
era oco, vazio
voltava
sem nunca ter ido
amava
sem nunca ter
amado
vazio
cheio de um amor
vazio
vagabundo
porco
chafurdando
nas lama de pernas abertas
23 de mai. de 2018
STEFANY
É a menina dos olhos
Do coração
Da alma
Tão imensa
Que nem se dá conta
Primavera
Onde há dias de inverno
A paz que acalenta
O abraço que revigora
É gigante
Em sua natureza
Simplória
Cachos que encantam
Sorriso que alimenta
Dias de sol
Brisa
Olhar você
É sentir o perfume das flores
Não há quem não goste
Não há quem não se renda
Não quem não queira se embriagar
Com sua presença
O toque mágico de Deus
É simplesmente, suavidade...
LILIAN
É força
É forte
Não se esconde
Se assume
Brada forte injustiças
Sabe ser
É és
Coerente
Implacável
Se não quer
Se molhar
Não sai na chuva
Intensa
Imensa
Calor do sol
Verão
Ainda assim
Terna
Fraterna
Justa
Não cala
Fala
Marca, fica
14 de mai. de 2018
DE VERDADE
pode
ser
que de verdade
eu nunca
saiba
quem és tu
que me importa
quais
tuas mentiras
ou tuas verdades
teus amores
ou teu amor
não há pecado em amar
desde que verdadeiro
desde que sincero
desde que intenso
então
não me julgue
por te querer
e se te quero
a culpa é tua
foste tu
que alimentaste
meu querer
foste tu
que alimentaste
o fogo que me queima
foste tu
que me induziste
ao erro
agora queimo no inferno
de um amor
que é só meu
enquanto debochas
do que sinto
de verdade
que importa
o que sentes
se mentes
ou se foges
de ti
estarei aqui
até que o amor morra
em mim
depois disso
pode despir tua alma inteira
já irei mais
te querer
e de verdade
já não mais te quero
ser
que de verdade
eu nunca
saiba
quem és tu
que me importa
quais
tuas mentiras
ou tuas verdades
teus amores
ou teu amor
não há pecado em amar
desde que verdadeiro
desde que sincero
desde que intenso
então
não me julgue
por te querer
e se te quero
a culpa é tua
foste tu
que alimentaste
meu querer
foste tu
que alimentaste
o fogo que me queima
foste tu
que me induziste
ao erro
agora queimo no inferno
de um amor
que é só meu
enquanto debochas
do que sinto
de verdade
que importa
o que sentes
se mentes
ou se foges
de ti
estarei aqui
até que o amor morra
em mim
depois disso
pode despir tua alma inteira
já irei mais
te querer
e de verdade
já não mais te quero
DEIXE O MUNDO LÁ FORA
feche a porta
as cortinas
não quero ver o sol
nem a quero saber a cor
do dia
deite na cama
abraca-me
e deixa
ficar em silêncio
deixa
eu esquecer
o mundo lá fora
minhas dores
meus sintomas
de tudo
feche a porta
arraste os móveis
tire as cadeiras do lugar
jogue fora os travesseiros
bagunce as gavetas
minhas prateleiras
jogue no chão meus livros
deixe minha alma
quieta
ando cansado de tudo
apenas fique na cama sem lençois
no meu silêncio imundo
neste meu agora de instantes
feche a porta
e as cortinas
e deixa o vento lá fora
LIBERTE-SE
quebre
tuas algemas
os elos da tua corrente
liberte-se
da velha
forma de amar
o velho amor de sempre
mova-se
mude o caminho
o jeito de se vestir
mude o corte de cabelo
se for possível
mude a cor
liberte-se
dos labirintos
da fome de nada
da sede de tudo
liberte-se
dos braços vazios
das bocas ocas
dos ecos
abrace o vento
dispa-se do medo
de ser ridículo
seja tu
a tua verdade
a tua estrada
o teu caminho
deixe pegadas
deixe saudades
liberte-se do teu próprio caos
QUE VALHA À PENA
que valha à pena
teu sorriso
teus afetos
tua fé em dias melhores
que valha à pena
teu amor
teu jeito de amar
que sentir
teu jogo
de insinuações
teus melindres
e tuas poesias rabiscadas
nas paredes do meu quarto
que valha à pena
passear
pelo teu mundo
por tuas convicções
que teus abismos
sejam imensos
e teus mares profundos
e tuas asas
que valha à pena
teu riso frouxo
tuas mãos
tuas cicatrizes
e teu amor
sem amor algum
CONEXÕES
não fale nada
deixe-me
ler
teus olhos
teu silêncio
as linhas da tua mão
deixa eu olhar
teu jeito
de andar
teu modo gostoso
de respirar
quero
deitar
do teu lado
pegar sua mão
fechar meus olhos
e ter você
ali
conectados
quero
no vento teu perfume
na minha pele teu cheiro
deixe-me inteiro
saciado
ler
tuas entrelinhas
teu jeito de sentir
ver as estrelas
do céu da tua boca
deixa-me perdido
em tudo o que há em você
deixe-me
ler
teus olhos
teu silêncio
as linhas da tua mão
deixa eu olhar
teu jeito
de andar
teu modo gostoso
de respirar
quero
deitar
do teu lado
pegar sua mão
fechar meus olhos
e ter você
ali
conectados
quero
no vento teu perfume
na minha pele teu cheiro
deixe-me inteiro
saciado
ler
tuas entrelinhas
teu jeito de sentir
ver as estrelas
do céu da tua boca
deixa-me perdido
em tudo o que há em você
VOU AMAR
vou amar
teu jeito
sem jeito
vou amar
tuas falhas
e teus pecados
e tuas agressões
vou amar
tuas noites
teu hálito de vinho
e os dedos
fedendo cigarro
vou amar
tua intimidade
teus beijos
vou amar
o jeito que faz café
que queima o arroz
vou amar
teu riso
sem graça
por não entender
as próprias piadas
vou amar
a água sobre teu corpo
a espuma
os pés descalços
teus indecisões
e o teu medo de escuro
vou amar
teu jeito moleca
teu jeito criança
teu jeito de comer espaguete
vou amar
tuas nuances
tuas unhas descascando
tua cara de azia
e o teu jeito
inteiro de ser você
teu jeito
sem jeito
vou amar
tuas falhas
e teus pecados
e tuas agressões
vou amar
tuas noites
teu hálito de vinho
e os dedos
fedendo cigarro
vou amar
tua intimidade
teus beijos
vou amar
o jeito que faz café
que queima o arroz
vou amar
teu riso
sem graça
por não entender
as próprias piadas
vou amar
a água sobre teu corpo
a espuma
os pés descalços
teus indecisões
e o teu medo de escuro
vou amar
teu jeito moleca
teu jeito criança
teu jeito de comer espaguete
vou amar
tuas nuances
tuas unhas descascando
tua cara de azia
e o teu jeito
inteiro de ser você
FODAM-SE
fodam-se os normais
os que julgam
os que apontam
os erros
e os defeitos dos outros
fodam-se
os engoles
seus vômitos
e suas feridas
fodam-se
os que assistem televisão
e não lêem poesia
fodam-se
os que seguem rotas
rótulos
setas
placas
fodam-se
aqueles que não erram
aqueles que só esperam
aqueles que metem o amor que sentem
e o que não sentem nada
fodam-se
os malandros
os algozes
e os que não lêem as bulas
os manuais
fodam-se os manuais
os que julgam
os que apontam
os erros
e os defeitos dos outros
fodam-se
os engoles
seus vômitos
e suas feridas
fodam-se
os que assistem televisão
e não lêem poesia
fodam-se
os que seguem rotas
rótulos
setas
placas
fodam-se
aqueles que não erram
aqueles que só esperam
aqueles que metem o amor que sentem
e o que não sentem nada
fodam-se
os malandros
os algozes
e os que não lêem as bulas
os manuais
fodam-se os manuais
MAR
de repente
quero
ser teu mar
de repente
já não sei mais
onde estou
e onde quero estar
nem perdido
nem achado
apenas
de repente
quero tuas ondas
minha loucura
e ir
navegar
remar
sem porto
nem dique
quero
deixar de sentir
para sentir tudo de novo
quero o teu mar
amar
e me deixar levar
até a praia
quero que o sol me seque
e que o mar
volte a me molhar
instantes
quero chuva
arco-íris
teus olhos
boca
respiração
quero tudo
ainda que depois
tudo seja mais nada
quero
ser teu mar
de repente
já não sei mais
onde estou
e onde quero estar
nem perdido
nem achado
apenas
de repente
quero tuas ondas
minha loucura
e ir
navegar
remar
sem porto
nem dique
quero
deixar de sentir
para sentir tudo de novo
quero o teu mar
amar
e me deixar levar
até a praia
quero que o sol me seque
e que o mar
volte a me molhar
instantes
quero chuva
arco-íris
teus olhos
boca
respiração
quero tudo
ainda que depois
tudo seja mais nada
FICAR
quero
ficar
onde não exista nada
nem olhos
nem bocas
nem mentiras
nem verdades
quero ficar
em ruas vazias
quero jardim
sem flores
quero silêncio
e bocas mortas
quero becos
e rua sem saída
quero janelas fechadas
quero dias de chuva
quero mais dias de inverno
quero queimar no inferno
quero cada vez menos
essa droga que é o amor
quero a dor
o desajuste
e ir
e ficar
quero ficar
sem obrigações
sem ter que dar satisfações
quero noites sem fim
e dormir
até que meus sonhos findem
minha realidade
ficar
onde não exista nada
nem olhos
nem bocas
nem mentiras
nem verdades
quero ficar
em ruas vazias
quero jardim
sem flores
quero silêncio
e bocas mortas
quero becos
e rua sem saída
quero janelas fechadas
quero dias de chuva
quero mais dias de inverno
quero queimar no inferno
quero cada vez menos
essa droga que é o amor
quero a dor
o desajuste
e ir
e ficar
quero ficar
sem obrigações
sem ter que dar satisfações
quero noites sem fim
e dormir
até que meus sonhos findem
minha realidade
E AGORA DRUMMOND
e agora Drummond
a poesia calou
o poeta morreu
a violência aumentou
a crianças cresceram
as praças estão vazias
e o amor
já não é mais o mesmo
e agora Drummond
só se assiste novela
não se olha mais pela janela
nem mais se olha a lua
o sol esfriou
a comida azedou
e o casal que era eterno
separou-se
a pedra no caminho
ainda existe
mudou apenas de nome
agora é crack
e agora Drummond
a fila aumentou
o suicídio também
a maconha tá liberada
tem filho matando os pais
e pais abusando dos filhos
todo mundo sobrevivendo
as flores morrendo
e a água secando
agora Drummond
nada é mais certo
e cada vez mais
o amanhã
é incerto
é agora?
a poesia calou
o poeta morreu
a violência aumentou
a crianças cresceram
as praças estão vazias
e o amor
já não é mais o mesmo
e agora Drummond
só se assiste novela
não se olha mais pela janela
nem mais se olha a lua
o sol esfriou
a comida azedou
e o casal que era eterno
separou-se
a pedra no caminho
ainda existe
mudou apenas de nome
agora é crack
e agora Drummond
a fila aumentou
o suicídio também
a maconha tá liberada
tem filho matando os pais
e pais abusando dos filhos
todo mundo sobrevivendo
as flores morrendo
e a água secando
agora Drummond
nada é mais certo
e cada vez mais
o amanhã
é incerto
é agora?
6 de mai. de 2018
VAMOS FAZER AMOR
antes
que a tarde
morra
e a noite
nos abrace
e nos faça esquecer
vamos
ficar abraçados
vamos
fazer amor
sem pressa
e depois
rir de nós mesmos
vamos
ficar ali
suados
perpetuando
nosso amor
de sempre
antes
que a noite
chega
vamos nos tirar nossas
roupas
e ficar pelados
de alma
vamos beber
saliva e enxarcar
nosso corpo de suor
e depois
extenuados
vamos nos encher de saudades
e esperar
que hoje
termine e o amanhã chegue sem pressa
que a tarde
morra
e a noite
nos abrace
e nos faça esquecer
vamos
ficar abraçados
vamos
fazer amor
sem pressa
e depois
rir de nós mesmos
vamos
ficar ali
suados
perpetuando
nosso amor
de sempre
antes
que a noite
chega
vamos nos tirar nossas
roupas
e ficar pelados
de alma
vamos beber
saliva e enxarcar
nosso corpo de suor
e depois
extenuados
vamos nos encher de saudades
e esperar
que hoje
termine e o amanhã chegue sem pressa
JOÃO
João
só espera
a morte chegar
não quer
nada
perdeu a esperança
o amor
a fé
João
não chora
e nem sorri
é planta
sem água
é dor
solidão
sem abraço
sem amigos
sem vida
João
sem Maria
sem filhos
sem ter porque
sem ter razão
enterrado
numa vala
espera apenas
que a morte lhe abrace
mas a morte
não gosta de coitados
não gosta de gente
sem vida
só espera
a morte chegar
não quer
nada
perdeu a esperança
o amor
a fé
João
não chora
e nem sorri
é planta
sem água
é dor
solidão
sem abraço
sem amigos
sem vida
João
sem Maria
sem filhos
sem ter porque
sem ter razão
enterrado
numa vala
espera apenas
que a morte lhe abrace
mas a morte
não gosta de coitados
não gosta de gente
sem vida
NÃO SOU DE RAIZ
eu não sou
de raiz
não sou de ficar
parado
nunca fiquei estagnado
sempre
amei o sol
a estrada a lua
não gosto
de correntes
de algemas
de nada que me prenda
minhas celas
não tem grades
minha alma
não tem porto
em mim nada
nunca foi seguro
sempre fui vento
ventania
nunca me prendi
nunca me prenderam
sempre fui
errado e torto
mas sempre fui
amante
amado
eu não sou raiz
sou poeta
poesia
de raiz
não sou de ficar
parado
nunca fiquei estagnado
sempre
amei o sol
a estrada a lua
não gosto
de correntes
de algemas
de nada que me prenda
minhas celas
não tem grades
minha alma
não tem porto
em mim nada
nunca foi seguro
sempre fui vento
ventania
nunca me prendi
nunca me prenderam
sempre fui
errado e torto
mas sempre fui
amante
amado
eu não sou raiz
sou poeta
poesia
TUDO MUDOU
tudo mudou
o amor
o jeito de amar
as paixões
e o jeito de viver
enquanto
isso
eu fiquei parado
olhando pelas frestas
da janela
a vida a sorrir
enquanto
isso
eu vivia
de ilusões
passadas
eu achava que sabia
tudo
e não sabia nada
tudo mudou
eu não sabia
que havia vida fora de mim
há
há mundos
e sorrisos
há amores e paixões
há muito para conhecer
pessoas
abraços prontos para abraços
tudo mudou
e eu permaneci
enterrado em minhas convicções
enfim
deixei o sol entrar
e a vida acontecer
o amor
o jeito de amar
as paixões
e o jeito de viver
enquanto
isso
eu fiquei parado
olhando pelas frestas
da janela
a vida a sorrir
enquanto
isso
eu vivia
de ilusões
passadas
eu achava que sabia
tudo
e não sabia nada
tudo mudou
eu não sabia
que havia vida fora de mim
há
há mundos
e sorrisos
há amores e paixões
há muito para conhecer
pessoas
abraços prontos para abraços
tudo mudou
e eu permaneci
enterrado em minhas convicções
enfim
deixei o sol entrar
e a vida acontecer
HOJE
hoje
quero
cometer
todas as loucuras
todos os desatinos
hoje
quero
todos os pecados
quero me perder
me embriagar
escrever
hoje
não quero mais
nada
quero abraçar
meu corpo
cansado
quero
esquecerr
as mazelas
os despropositos
hoje
não estou nem ai
para o que se foi
e para o que virá
hoje
quero amar o amor que sinto
e deixar
para lá
todo desamor
hoje
quero lavar meu carro
lavar meu coração
e deixá-lo secar
no varal
juntos com minhas emoções
hoje
não quero nada
que me remeta ao meu amanhã
quero
cometer
todas as loucuras
todos os desatinos
hoje
quero
todos os pecados
quero me perder
me embriagar
escrever
hoje
não quero mais
nada
quero abraçar
meu corpo
cansado
quero
esquecerr
as mazelas
os despropositos
hoje
não estou nem ai
para o que se foi
e para o que virá
hoje
quero amar o amor que sinto
e deixar
para lá
todo desamor
hoje
quero lavar meu carro
lavar meu coração
e deixá-lo secar
no varal
juntos com minhas emoções
hoje
não quero nada
que me remeta ao meu amanhã
AMANHÃ
amanhã
serei outro
meu eu
de hoje
não mais existirá
amanhã
terei novas dores
novos amores
novas necessidades
amanhã
a sede de hoje
terá passado
amanhã
o amor
de hoje
terá morrido
saudade
estará de malas prontas
amanhã
a dor passará
eu escolherei
uma nova estrada
um novo caminho
amanhã
terei um novo rosto
um novo coração
e uma nova história
amanhã
me eu de hoje terá morrido
nada mais restará
tudo serão lembranças
tudo será saudades
amanhã
hoje não
serei outro
meu eu
de hoje
não mais existirá
amanhã
terei novas dores
novos amores
novas necessidades
amanhã
a sede de hoje
terá passado
amanhã
o amor
de hoje
terá morrido
saudade
estará de malas prontas
amanhã
a dor passará
eu escolherei
uma nova estrada
um novo caminho
amanhã
terei um novo rosto
um novo coração
e uma nova história
amanhã
me eu de hoje terá morrido
nada mais restará
tudo serão lembranças
tudo será saudades
amanhã
hoje não
RESSECADO
por dois
me tranquei
em minha casa
não saia
não sabia
como estava o tempo
lá fora
muitas vezes
chovia
muitas vezes
o sol
bateu desesperado em minha porta
muitas vezes
olhei
a corda em meu pescoço
até minha sombra
fugiu
de mim
até meus escuros
e meus demônios
desprezaram meu sentir
só
eu e minha cruz
eu e o sangue ressecado
eu e minha solidão
por dois anos
não vi ninguém
e meu espelho quebrado
e meu corpo definhando
por dois anos
morri
numa cela sem grandes
coração
batendo fora do peito
e a vida
como flor
que não se rega
me tranquei
em minha casa
não saia
não sabia
como estava o tempo
lá fora
muitas vezes
chovia
muitas vezes
o sol
bateu desesperado em minha porta
muitas vezes
olhei
a corda em meu pescoço
até minha sombra
fugiu
de mim
até meus escuros
e meus demônios
desprezaram meu sentir
só
eu e minha cruz
eu e o sangue ressecado
eu e minha solidão
por dois anos
não vi ninguém
e meu espelho quebrado
e meu corpo definhando
por dois anos
morri
numa cela sem grandes
coração
batendo fora do peito
e a vida
como flor
que não se rega
TUAS VERDADES
fala
coisas
sem sentido
esmaga sob teus
pés
meu coração
ri
debochada
do que sinto
se vai
batendo a porta
deixa
malas
roupas
e teu coração
ainda em minhas mãos
sei
que não és santa
nem puta
apenas uma qualquer
que negas
quem és de verdade
abraça
tua aliança
e tuas mentiras
fétidas
debochada
insana
cospe tuas verdades
em meu rosto
a saliva
escorre
pelo rosto
e eu a bebo
sem nojo do teu eu
cada parte de ti
me importa
coisas
sem sentido
esmaga sob teus
pés
meu coração
ri
debochada
do que sinto
se vai
batendo a porta
deixa
malas
roupas
e teu coração
ainda em minhas mãos
sei
que não és santa
nem puta
apenas uma qualquer
que negas
quem és de verdade
abraça
tua aliança
e tuas mentiras
fétidas
debochada
insana
cospe tuas verdades
em meu rosto
a saliva
escorre
pelo rosto
e eu a bebo
sem nojo do teu eu
cada parte de ti
me importa
MADRUGADA
vou me embrenhar
nesta madrugada
deixar
minhas roupas
da alma
jogadas em minhas esquinas
vou acender
um cigarro
só para vê-lo queimar
no cinzeiro
vou encher uma taça
de vinho
para vê-lo azedar
sob o tempo
vou morrer
de saudades
dos bons tempos
quantas pessoas
perdidas
quanto tempo perdido
quanta vontade
desperdiçada
ôh amor
já fui menino
sem medo
agora dia a dia
envelhoço
e a sede de viver
aumenta
vou me perder
nesta madrugada
vou beber
deste meu silêncio
nesta madrugada
deixar
minhas roupas
da alma
jogadas em minhas esquinas
vou acender
um cigarro
só para vê-lo queimar
no cinzeiro
vou encher uma taça
de vinho
para vê-lo azedar
sob o tempo
vou morrer
de saudades
dos bons tempos
quantas pessoas
perdidas
quanto tempo perdido
quanta vontade
desperdiçada
ôh amor
já fui menino
sem medo
agora dia a dia
envelhoço
e a sede de viver
aumenta
vou me perder
nesta madrugada
vou beber
deste meu silêncio
ME DESCONHEÇO
cada dia mais
desconheço
já não sou mais
o mesmo
meus olhos
já não querem mais
beleza
meu coração
está farto de amor
meus passos
descompassados
o ritmo
mais lento
a solidão
uma defesa
o sorriso
uma desculpa
já não gosto mais
de tudo
não tinha medo
agora tenho
a dor
dos dias que perdi
dormindo
agora tenho
pois a vida
começa a se esvair
me desconheço
olhando
meu rosto no espelho
minha boca
seca
já não sou o mesmo
nem meu ontem
meu hoje
e meu aman...
desconheço
já não sou mais
o mesmo
meus olhos
já não querem mais
beleza
meu coração
está farto de amor
meus passos
descompassados
o ritmo
mais lento
a solidão
uma defesa
o sorriso
uma desculpa
já não gosto mais
de tudo
não tinha medo
agora tenho
a dor
dos dias que perdi
dormindo
agora tenho
pois a vida
começa a se esvair
me desconheço
olhando
meu rosto no espelho
minha boca
seca
já não sou o mesmo
nem meu ontem
meu hoje
e meu aman...
10 de abr. de 2018
DEVAGAR E LENTAMENTE
vou morrer
eu sei
às vezes até quero
morrer
rápido
assim
fulminante
mas
a vida ainda grita
dentro de mim
ainda
há muito por vir
então
quero
que a vida aconteça
devagar e
lentamente
que eu morra
depois
de tudo
ainda não
faltam amores
paixões
lugares
faltam
poesias
e rostos
ainda desconhecidos
quero vida
devagar e lentamente
eu sei
às vezes até quero
morrer
rápido
assim
fulminante
mas
a vida ainda grita
dentro de mim
ainda
há muito por vir
então
quero
que a vida aconteça
devagar e
lentamente
que eu morra
depois
de tudo
ainda não
faltam amores
paixões
lugares
faltam
poesias
e rostos
ainda desconhecidos
quero vida
devagar e lentamente
31 de mar. de 2018
TUDO MUDOU
se tudo mudou
por que o amor
permaneceria o mesmo
e eu então
o amor mudou
as paixões mudaram
mundanas
eu, nem escrever
escrevo mais
parece que tudo
já foi dito
precisamos nos reinventar
novos jeitos
amanhãs
amanheceres
um novo amor
um novo modo de amar
beijos
abraços
precisam de novas descobertas
conquistas
antes
tudo foi melhor
agora
o que acontece
já nasce podre
pobre
com data de validade
maduro
sem gosto
sem cor
sem nada
por que o amor
permaneceria o mesmo
e eu então
o amor mudou
as paixões mudaram
mundanas
eu, nem escrever
escrevo mais
parece que tudo
já foi dito
precisamos nos reinventar
novos jeitos
amanhãs
amanheceres
um novo amor
um novo modo de amar
beijos
abraços
precisam de novas descobertas
conquistas
antes
tudo foi melhor
agora
o que acontece
já nasce podre
pobre
com data de validade
maduro
sem gosto
sem cor
sem nada
5 de jan. de 2018
ESPLENDOR
como
poderia
me calar
diante
de tamanha beleza
o nascer
do sol
não é nada
a grandeza do
mar
diante vós
se cala
as rosas murcham
o tempo para
como poderia
eu
deixar passar
tamanho esplendor
fiquei
ali
parado olhando
querendo
saber
se é real ou sonho
hipnotizado
fiquei
ali sem palavras
qualquer coisa
ficaria no vácuo
porque depois de vós
toda beleza ficou perdida
em vós
a grandeza
de toda a inspiração divina
poderia
me calar
diante
de tamanha beleza
o nascer
do sol
não é nada
a grandeza do
mar
diante vós
se cala
as rosas murcham
o tempo para
como poderia
eu
deixar passar
tamanho esplendor
fiquei
ali
parado olhando
querendo
saber
se é real ou sonho
hipnotizado
fiquei
ali sem palavras
qualquer coisa
ficaria no vácuo
porque depois de vós
toda beleza ficou perdida
em vós
a grandeza
de toda a inspiração divina
4 de jan. de 2018
DESARMADO
vou
para tua guerra
desarmado
sem escudo
sem espada
vou
apenas como sempre fui
de alma
vou beber
teu silêncio
ficar nos becos
estarei
entre os esquecidos
entre os nomes
que já não profere mais
vou
para tua guerra
nu
sem minhas asas
sem minha bússula
sem meus papéis
eu
por mim
crendo
no que sinto e deixando
nas trincheiras
do teu coração
os estilhaços do meu amor
para tua guerra
desarmado
sem escudo
sem espada
vou
apenas como sempre fui
de alma
vou beber
teu silêncio
ficar nos becos
estarei
entre os esquecidos
entre os nomes
que já não profere mais
vou
para tua guerra
nu
sem minhas asas
sem minha bússula
sem meus papéis
eu
por mim
crendo
no que sinto e deixando
nas trincheiras
do teu coração
os estilhaços do meu amor
TE AMAR
te amo
demais
pra te amar
não saberia
estar
em ti
não saberia
tocar
teu corpo
acho
que perderia
o doce encanto
roçar
a pele
beijar a boca
lamber os seios
tocar as coxas
não saberia
te amar
em minha cama
meu querer
está além disso
não é desejo
é apenas amor
e te amando
não saberia
te amar
UM POUCO DE TI
não quero
nada de ti
nada
que não posso
me dar
um pouco
do teu sorriso
um instante
de tua paz
eu não
quero teu amor
nem ficar
entre as artérias
de teu coração
quero ficar
ali num canto
escondido
e sentir
teu pulsar
tua respiração
e teu perfume
não quero nada
que não posso me dar
teus olhos
e um pouco
deste teu olhar
nada de ti
nada
que não posso
me dar
um pouco
do teu sorriso
um instante
de tua paz
eu não
quero teu amor
nem ficar
entre as artérias
de teu coração
quero ficar
ali num canto
escondido
e sentir
teu pulsar
tua respiração
e teu perfume
não quero nada
que não posso me dar
teus olhos
e um pouco
deste teu olhar
EU TE AMEI
eu te
amei
meio sem querer
encontrei
teu amor
sorrindo em minhas
esquinas
vestido
de um azul
cheio de soberba
estendi
meu chapéu
e pedi
suas migalhas
eu te
amei ao acaso
sem destino
sem hora marcada
ali
nos avessos
de tantos nós
entre gritos
e silêncio
um amor todo meu
como sempre
agora
entre as tuas ruínas
e meu passado
amei
meio sem querer
encontrei
teu amor
sorrindo em minhas
esquinas
vestido
de um azul
cheio de soberba
estendi
meu chapéu
e pedi
suas migalhas
eu te
amei ao acaso
sem destino
sem hora marcada
ali
nos avessos
de tantos nós
entre gritos
e silêncio
um amor todo meu
como sempre
agora
entre as tuas ruínas
e meu passado
QUERO TEU AMOR
eu não quero
as flores
do teu jardim
quero
o amor
que existe
em teu peito
quero tuas
histórias
em minhas noites
quero
tuas aventuras
e tuas memórias
eu não quero
apenas
passar
quero ficar nos dias
que passarão
quero
ficar nas canções
que canta
e nos passos
que deixa para trás
quero estar
no passado
e no presente
presente
não quero as flores
do teu jardim
quero o amor
que arde em teu peito
as flores
do teu jardim
quero
o amor
que existe
em teu peito
quero tuas
histórias
em minhas noites
quero
tuas aventuras
e tuas memórias
eu não quero
apenas
passar
quero ficar nos dias
que passarão
quero
ficar nas canções
que canta
e nos passos
que deixa para trás
quero estar
no passado
e no presente
presente
não quero as flores
do teu jardim
quero o amor
que arde em teu peito
POR ONDE ANDEI
por onde
andei
deixei
sempre
um pouco de mim
meus versos
sem rima
alguns papéis
com poesia
deixei amor
cicatrizes
lembranças
deixei
cigarros acessos
e copos sujos
de saudades
por onde andei
amei
mais que que fui amado
dei sorrisos
dei abraços
fiz da noite
serenata
e dos dias sem nada
carnaval
fiz festa
fiz folia
e parti
sem nada na mochila
andei
deixei
sempre
um pouco de mim
meus versos
sem rima
alguns papéis
com poesia
deixei amor
cicatrizes
lembranças
deixei
cigarros acessos
e copos sujos
de saudades
por onde andei
amei
mais que que fui amado
dei sorrisos
dei abraços
fiz da noite
serenata
e dos dias sem nada
carnaval
fiz festa
fiz folia
e parti
sem nada na mochila
DORES CALADAS
carrego
dores
caladas
dores
que consegui
ao longo
de minhas estradas
dores
que me mostram
por onde
andei
e quem amei
e quem me amou
carrego
dores
que não são minhas
dores
de tudo
das flores mortas
dos sorrisos esquecidos
e das cartas
que nunca foram escritas
carrego
dores
de silêncio
noites
minhas dores
ardem
meus poros dilatam
e só
fico
entre o que penso
e o que sinto
dores
caladas
dores
que consegui
ao longo
de minhas estradas
dores
que me mostram
por onde
andei
e quem amei
e quem me amou
carrego
dores
que não são minhas
dores
de tudo
das flores mortas
dos sorrisos esquecidos
e das cartas
que nunca foram escritas
carrego
dores
de silêncio
noites
minhas dores
ardem
meus poros dilatam
e só
fico
entre o que penso
e o que sinto
FICA EM MIM
da-me
teu colo
antes
que não
nos reste mais nada
devolve
a paz
do meu sorriso
deixe-me
ficar
com tuas boas
lembranças
abraça-me
e deixa
teu cheiro
em minha pele
arranha-me
deixe
cicatrizes
beija-me
e deixa para
a sensação
da tua boca na minha
teu colo
antes
que não
nos reste mais nada
devolve
a paz
do meu sorriso
deixe-me
ficar
com tuas boas
lembranças
abraça-me
e deixa
teu cheiro
em minha pele
arranha-me
deixe
cicatrizes
beija-me
e deixa para
a sensação
da tua boca na minha
POESIA EM BRANCO
sempre
gostei
de estar
entre as sombras
da noite
sempre
gostei
de perambular
oculto
antes de sentar
e ver o nascer
de um novo dia
sempre
gostei
da poesia crua
e sem ensaio
sem rima
transparente
sem medos
e angustias
sempre
fui
pelas manhãs
até que não houvesse vivo
nada do meu ontem
antes mesmo
do sol
tomar conta de mim
poesia em branco
gostei
de estar
entre as sombras
da noite
sempre
gostei
de perambular
oculto
antes de sentar
e ver o nascer
de um novo dia
sempre
gostei
da poesia crua
e sem ensaio
sem rima
transparente
sem medos
e angustias
sempre
fui
pelas manhãs
até que não houvesse vivo
nada do meu ontem
antes mesmo
do sol
tomar conta de mim
poesia em branco
3 de jan. de 2018
LILÁS
teu amor
é lilás
como todo
amor
é sem cor
teus modos
perversos
teu ego
teu jeito cego
és tua
e de mas
ninguém
olhos fechados
boca
lábios
língua feroz
saliva ácida
teu amor
é vagabundo
como todo amor
lilás
ou sem cor alguma
dos iludidos
dos esquecidos
e dos que vão
por ai
sem rumo
é lilás
como todo
amor
é sem cor
teus modos
perversos
teu ego
teu jeito cego
és tua
e de mas
ninguém
olhos fechados
boca
lábios
língua feroz
saliva ácida
teu amor
é vagabundo
como todo amor
lilás
ou sem cor alguma
dos iludidos
dos esquecidos
e dos que vão
por ai
sem rumo
QUERO SILÊNCIO EM MIM
quero
o silêncio
dos girassóis
quero
ficar
recluso
longe
de mim
longe de tudo
quero
que não me
vejam
que não me achem
quero
ficar
entre as sombras
de todas as noites
quero
manhãs
raios do sol
e também
cheiro de chuva
quero beijos
das mulheres
estranhas
e do amor
quero
todas as cicatrizes
o silêncio
dos girassóis
quero
ficar
recluso
longe
de mim
longe de tudo
quero
que não me
vejam
que não me achem
quero
ficar
entre as sombras
de todas as noites
quero
manhãs
raios do sol
e também
cheiro de chuva
quero beijos
das mulheres
estranhas
e do amor
quero
todas as cicatrizes
EU NÃO SABIA
eu não sabia
o que era
amor
e amei
amei
de um jeito
todo meu
desconcertado
meio
tímido
sem jeito
eu não sabia
o que era
desejo
e me entreguei
aos teus laços
e as tuas esporas
não sabia
caminhar
e andei
por tuas estradas
perdido
sem saber
quase nada
deixei
que tudo ficasse em mim
eu não sabia
nada
e hoje
não sei mais nada ainda
o que era
amor
e amei
amei
de um jeito
todo meu
desconcertado
meio
tímido
sem jeito
eu não sabia
o que era
desejo
e me entreguei
aos teus laços
e as tuas esporas
não sabia
caminhar
e andei
por tuas estradas
perdido
sem saber
quase nada
deixei
que tudo ficasse em mim
eu não sabia
nada
e hoje
não sei mais nada ainda
ANDARILHO
rouba-me
a voz
e os sentidos
deixa-me
parado
no tempo que não passa
faz de mim
andarilho
busco
o que em mim
já foi perdido
já não tenho
mais nada
apenas
a noite
como morada
e o perfume
das rosas
arrancadas
do jardim
rouba-me versos
e poesias
faz de mim
acaso
andarilho
a voz
e os sentidos
deixa-me
parado
no tempo que não passa
faz de mim
andarilho
busco
o que em mim
já foi perdido
já não tenho
mais nada
apenas
a noite
como morada
e o perfume
das rosas
arrancadas
do jardim
rouba-me versos
e poesias
faz de mim
acaso
andarilho
ASSIM SE FAZ POESIA
assim
se faz poesia
do silêncio
de todos
do além olhos
do fragmentos do amor
assim
se faz poesia
dos instantes
que não passam
das bocas
que não se calam
e das bocas
que ainda
não se beijaram
assim
entre tantos
olhares perdidos
por esses tantos bancos vazios
se faz poesia
da loucura
do querer
e desse sentir
tão sem sentido
poesia
se faz poesia
do silêncio
de todos
do além olhos
do fragmentos do amor
assim
se faz poesia
dos instantes
que não passam
das bocas
que não se calam
e das bocas
que ainda
não se beijaram
assim
entre tantos
olhares perdidos
por esses tantos bancos vazios
se faz poesia
da loucura
do querer
e desse sentir
tão sem sentido
poesia
INSANIDADE
teu amor
me prendeu
me amarrou
me escravizou
teu amor
me deixou viciado
me deu asas
lançou minha alma
para fora do meu corpo
teu amor
me fez poesia
preencheu lacunas
abrandou o silêncio
calou minha imensidão
teu amor
criou raizes
virou vendaval
fez de mim criança
bagunçou
revirou-me do avesso
de poeta
virei poesia
e teu amor
em mim
a mais pura insanidade
me prendeu
me amarrou
me escravizou
teu amor
me deixou viciado
me deu asas
lançou minha alma
para fora do meu corpo
teu amor
me fez poesia
preencheu lacunas
abrandou o silêncio
calou minha imensidão
teu amor
criou raizes
virou vendaval
fez de mim criança
bagunçou
revirou-me do avesso
de poeta
virei poesia
e teu amor
em mim
a mais pura insanidade
ROSAS
ainda
haverá risos
e um pouco
de um tudo nós
haverá
memórias
dos tempos
que deixamos de viver
haverá
noites de sol
poesias
nas esquinas
soluços
e lágrimas secas
e espinhos retorcidos
ainda
depois
do amanhã
ventos irão soprar
haverá
o cheiro doce das rosas
e as cinzas
de nosso amor egoísta
haverá risos
e um pouco
de um tudo nós
haverá
memórias
dos tempos
que deixamos de viver
haverá
noites de sol
poesias
nas esquinas
soluços
e lágrimas secas
e espinhos retorcidos
ainda
depois
do amanhã
ventos irão soprar
haverá
o cheiro doce das rosas
e as cinzas
de nosso amor egoísta
DÁ-ME
fica
em mim
deixa
tudo
teu em mim
dá-me
teus beijos
cheios de saliva
dá-me
teus risos
e tuas melancolias
dá-me
o corpo
tuas chances
tuas horas
tuas necessidades
o gosto
dá-me
o gozo
o orgasmo
teu nascer do sol
e tuas luas
dá-me
tua alma
e fica em mim
em mim
deixa
tudo
teu em mim
dá-me
teus beijos
cheios de saliva
dá-me
teus risos
e tuas melancolias
dá-me
o corpo
tuas chances
tuas horas
tuas necessidades
o gosto
dá-me
o gozo
o orgasmo
teu nascer do sol
e tuas luas
dá-me
tua alma
e fica em mim
COMIGO
quero
mais
tempo a sós
comigo
eu
e meu eu
sem silêncio
e sem vozes
sem cruzes
e sem culpas
sem dedos
e melindres
quero
mais eu comigo
sem espelhos
e sem retratos
sem procurar
sem encontrar
quero
mais
tudo de mim
o que ninguém sabe
quem ninguém conhece
apenas
eu
só comigo
mais
tempo a sós
comigo
eu
e meu eu
sem silêncio
e sem vozes
sem cruzes
e sem culpas
sem dedos
e melindres
quero
mais eu comigo
sem espelhos
e sem retratos
sem procurar
sem encontrar
quero
mais
tudo de mim
o que ninguém sabe
quem ninguém conhece
apenas
eu
só comigo
GOSTO-TE
gosto-te
nua
madrugada
gosto-te
das tuas indecências
e tuas
sandices
gosto-te
da boca molhada
do corpo encharcado de suor
gosto-te
viva
em meus sonhos
nos detalhes
que te fazem minha apenas
gosto-te
das tuas indelicadezas
das tuas
imperfeições
e dos pecados
gosto-te nua
em minha cama
de impossibilidades
gosto-te
nas manhãs
e no tempo todo
que nunca passa
nua
madrugada
gosto-te
das tuas indecências
e tuas
sandices
gosto-te
da boca molhada
do corpo encharcado de suor
gosto-te
viva
em meus sonhos
nos detalhes
que te fazem minha apenas
gosto-te
das tuas indelicadezas
das tuas
imperfeições
e dos pecados
gosto-te nua
em minha cama
de impossibilidades
gosto-te
nas manhãs
e no tempo todo
que nunca passa
2 de jan. de 2018
FICA
fica
no meu abraço
em meus braços
fica
no meu vazio
nas batidas
secas
do meu coração
fica
na minha sombra
na minha noite
na minha insônia
fica
na minha vida
nos meus sentidos
e em todos os meus sonhos
fica
no doce e no amargo
fica
no barulho
e no silêncio
fica
ainda que não reste
mais nada
apenas
nossos nós
e nossos laços
no meu abraço
em meus braços
fica
no meu vazio
nas batidas
secas
do meu coração
fica
na minha sombra
na minha noite
na minha insônia
fica
na minha vida
nos meus sentidos
e em todos os meus sonhos
fica
no doce e no amargo
fica
no barulho
e no silêncio
fica
ainda que não reste
mais nada
apenas
nossos nós
e nossos laços
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