19 de mar. de 2009

METADE DE MIM*


metade de mim
grita
metade se cala
metade de mim
tenta
a outra metade
morre
metade de mim
tenta respirar
a outra metade
se decompõe
metade de mim
não existe mais
a outra metade
tenta sobreviver
aos poucos
metade de mim
vai sumindo
a outra metade 
já sumiu
metade de mim
chora
a outra metade
já não está mais aqui
se desfez
para que a outra metade
resistisse
a metade que resisti
insisti
e se agarra
a tudo
o que a outra metade deixou
metade de mim
morreu
a outra metade
ainda respira
com dificuldade


Um comentário:

  1. O poeta vive e respira como se estivesse sucumbindo... triste... melancólico.
    Muito interessante esse jogo de palavras, de contrastes... é uma poesia, apesar de triste, cheia de vida...
    Amei!

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