1 de jul. de 2009

INCORRIGÍVEL*

vou
morrer
assim
um amante
incorrigível
do amor
e da poesia
vou morrer
eu sei
entre meus papéis
e meus óculos
entre minhas canetas
numa noite
de inverno
vou morrer
exatamente assim
fatigado
e feliz
por ser quem fui
poeta
incorrigível
apaixonado
pai
esposo
homem de falhas
mortal
vou morrer calado
na velha
poltrona
entre a luz do abajur
o silêncio da noite
e os últimos versos meus

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