14 de out. de 2009

MELANCOLIA

Olho

Sem olhar

Sem ver nada

Respiro

E nem sinto

A ar

Tomar

Conta do meu corpo

Entra o dia

As tardes

E a noite

E nada mais é

Nada mais

Tem aquele prazer

Olho

Sem ver

Que me olham

Também

Faz tempo que não

Vejo ninguém

Faz tempo

Que os dias

As tardes e as noites

São elos quebrados

De uma mesma corrente

Chamada vida

Olho

Não vejo nada

Respiro

Não sinto nada



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