9 de nov. de 2009

PASSO O DIA*

passo
o dia
entre papéis
amarelados
e as minhas
sempre memórias
do passado
passo
o dia entre pensamentos
corroídos
entre as teclas
da minha velha
máquina de não escrever
passo
o dia
inventando razões
que me façam querer
viver mais um dia
todos
os dias são iguais
passo
o dia
entre versos
e rostos que não conheço
entre as anomalias
dos espíritos
em busca de luz
passo o dia
entre a escuridão
de uma sala
sem luz
e tela
que me deixa
unido
a um mundo
que eu não conheço
passo o dia
assim
entre baratas mortas
no chão
e as moscas
que espantam minha solidão

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