18 de abr. de 2010

SOB GRITOS

sob gritos
os corpos
ali
estendidos
sem vida
na vala fria
do tempo
sob gritos
que tentavam
falar
acordar
despertar
e os corpos
ali caidos
estendidos
cobertos
por um lençol
agora vermelho
sob gritos
de desespero
gritoaflito
dos aflitos
daqueles que perderam
tudo
daqueles que agora
choram
com as suas mãos
erguidas para o céu
sob gritos
o silêncio
de quem não pode mais
dizer nada
todas as vozes
caladas
e olhos fechados
e ainda em desespero
sob gritos
orações
e preces

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