4 de jun. de 2010

SUPLÍCIOS*

o que me prende
à tua alma
são os teus suplícios
é o teu amor desmedido
é a tua piedade
teus rastros
tua insistência
o que me prende
é a tua boca
carnuda
é o teu corpo
são teus grandes
lábios
sempre famintos
de mim
teus súplicios
nas madrugadas
onde as luzes
não se acendem
e nossos corpos
se encontram
o que me prende
à tua alma
é este teu desejo
infame
grosseiro
é teu jeito
de fazer amor
teu jeito
de me agarrar
de me chamar
loucamente
de teu
quando não sou
de mais ninguém

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