não posso
abraçar o mundo
nem posso mais
vestir-me de sonhos
fantasiar-me
e sair por aí
as pessoas não entenderiam
não posso
fingir
que não dói
em mim
nenhuma dor
há dor demais
em meu peito
e não há ninguém
que escute os meus lamentos
nem o vento
nem as sombras
dessa noite maldita
não posso mais
esconder-me
sempre me acham
sempre me chamam
sempre me machucam
logo eu
que me disfarço
de flores
logo eu que bebo
cada gota do silêncio
não posso mais
falar o que sinto
se falo
logo em mim
as lágrimas rolam
não posso mais
sonhar
a realidade é cruel demais
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