23 de out. de 2011

UM VAZIO

um vazio
ninguém diz nada
ninguém se olha
televisão ligada
um vazio
os livros todos
lidos pela metade
os copos
na pia
sujos
pelos lábios
agora secos
calados
um vazio
que não diz nada
tudo agora
parece lento demais
as horas não passam
parecem preguiçosas
nem há vento
nem coragem
para sair desse vazio
não há nada
que me tire
desse estado letárgico
meio paranóico
as cadeiras vazias
as plantas nos vasos sujos
secas
um vazio
nesse tempo
sem tempo
a boca seca
calada
a falta de ar
a falta de tudo
só o vazio

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