29 de mar. de 2014

NADA DE MIM

nada de mim
nada do que fui
nada do que senti
talvez
algumas lembranças
nas horas vagas
um desprezo
gostoso
desgosto
nada de mim
do amor
que senti
do bem querer
sem nada querer
do tempo
de todas as horas
talvez
vertigens
talvez nada
nada de mim
dias passados
vidas
apenas
teus absurdos
tuas mentiras
e teus olhos mortos
o rio
ainda corre
em busca
do mar
para se perder
e nunca mais
te achar
nada de mim
nada do que fui
cinzas


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