todo diaacordo cedo
para regar
as plantas
da minha janela
e passar a minha camisa
branca
de algodão
enquanto
côo o café
e o leite esfria
junto com o pão
de amanhã
todo dia
me despeço
da casa e dos móveis
que lá estão
e saio pela vida
vestida de sorriso
cheia de pó no rosto
e com a boca cheia de batom
todo dia
a vida me convida
para dançar
uma dança de salão
e eu
comportada
arrisco sem graça
passos na calçada
entoando uma velha canção
todo dia
vou devagar
vivendo minha vida
sem atropelar
sem puxar o tapete de ninguém
todo dia
a mesma canção
pelas calçadas
dançando com a vida
uma dança de salão
Mais uma poesia "Cotidiano", uma melhor do que outra.
ResponderExcluirNessa você usou uma comparação deliciosa, confrontando a luta do cotidiano com o ritmo suave da dança... que bacana!! Amei isso!
Parabéns, Edu! Fico deslumbrada com a forma como escreve.