31 de mar. de 2014

NOITE QUALQUER

em qualquer noite
quando
as almas
estiverem soltas
e os corpos
cansados
deitados
em cama fria
ouvirei
teus gritos
de dor
de lamentação
abrirei
a janela
e ficarei ali
debruçado
sobre outro corpo
cansado
e beberei
no silêncio
de uma noite
qualquer
todas
as lágrimas
que haverá
ainda
de derramar
em qualquer
quando
o peito
sentir
o vazio
ouvirei
teus gritos
e teus gemidos
e verei
escorrer
teu sangue
pelas vielas mal iluminadas
sentirei
o gozo
da verdade
fecharei a janela
e voltarei
a morrer
em tua consciência
vazia

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