31 de mar. de 2014

OPACO

minha pele
anda tão pálida
cheia
de nada
falta sol
falta vida
falta alguém
que venha
morda
e que faça de novo
como antes
o sangue jorrar
minha pele
anda
carente
de toques
de beijos
de afagos
não quero nada
que amanhã
suma
nem quero nada
que venha com promessas
de encantos
quero cantos
mãos
que me aqueçam
que façam minha pele
de novo
ter vida
quero beijos lascivos
e um corpo
quente
como o meu
para que a gente
venha
se enrosque
se perca
nas noites em que antes
éramos
apenas
vultos
minha pele
chama
clama
sem vida
sem sol
nem sangue

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